A POÉTICA MANGUE: FLUXOS, RIZOMAS E PLATÔS
No livro Mil Platôs, Deleuze e Guattari abrem uma discussão sobre a representação e a significação das coisas e dos fatos gerando uma forte crítica na ideia de revelar o que se relaciona a uma representação. Diferentemente dos modelos tradicionais do pensamento científico e filosófico, que defendem...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade Estadual da Paraíba
2015-06-01
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Series: | Sociopoética |
Subjects: | |
Online Access: | http://revista.uepb.edu.br/index.php/REVISOCIOPOETICA/article/view/3062/1698 |
Summary: | No livro Mil Platôs, Deleuze e Guattari abrem uma discussão sobre a representação e a significação das coisas e dos fatos gerando uma forte crítica na ideia de revelar o que se relaciona a uma representação. Diferentemente dos modelos tradicionais do pensamento científico e filosófico, que defendem um esquema de organização do conhecimento alicerçado em um modelo arbóreo – como é o caso das taxonomias classificatórias dos grupos na ciência – o pensamento desses autores parte do pressuposto de que qualquer afirmação que recaia sobre algum elemento, servirá também para outros elementos que fazem parte de uma estrutura, numa relação de reciprocidade, de mão dupla. Esse é o modelo que eles chamam de rizomático. E é, nesse sentido que vemos o rizoma como elemento conceitual importante para definirmos o modelo de poiesis que defendemos para o projeto Manguebeat de Chico Science, já que o mesmo se processa muito além de sentidos institucionalizados e canonizados pela “literatura literária”, por essa “escrita literária”, ultrapassando os sentidos, transversalizando-os. No caso do projeto poético-cultural do Manguebeat, especificamente, há experimentações que se processam através da encenação, da performance, dos gestos, do ritmo, numa mistura de signos que apontam para a sua própria constituição e processo de construção. Essa experiência criadora atribui sentido até mesmo ao silêncio, ao corpo, transversalizando e indo além do simples sentido da que a língua (a palavra) nos propõe. Assim, a proposta do Manguebeat vai na contramão daquela concepção que afirma que, na modernidade, com o advento da técnica científica, a experiência deixou de existir, tornando-se apenas prova, ensaio ou mesmo uma mera tentativa.
In the book “Mil Platôs” (A Thousand Uplands), there is a discussion about the representation and meaning of things and facts generating a strong criticismo on the idea of revelating what is related to a representation. Differently from the traditional models of scientific and philosophical thinking, which endorse na organizational scheme of kowledge based in an arboreal model – which happens to classifying taxonomies of science groups – these authors’ thoughts come from the supposition that any affirmation coming over any element will suit to other elements, taking part of a structure, in a to way reciprocity relation. This is the model that they call as “rhizome”. So, that’s in this meaning that we see the rhizome as an important conceptual element to define the model of poesis (poetry), which we hold for the Manguebeat project by Chico Science, since it is processed quite beyond the institutional and sainted senses from the “literary literature”, by this “literary writing”, overcoming the senses, thus, mainstreaming them. About the poetry-cultural project of Manguebeat specifically, there are experiments which are processed through staging, performance, gestures, rythm, in blend of signals pointing to its own constitution and construction process as well. This creative experience assign meaning even to silence, to the body, mainstreaming and going beyond the simple sense that language (the word) proposes to us. So, the Manguebeat proposal goes against the conception wich states that, nowadays, with the scientific tecnique events, experiments no longer exist, becoming just evidence, essay, or even a mere attempt. |
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ISSN: | 1980-7848 1980-7856 |