Summary: | <p>As práticas de leitura têm sido modificadas em decorrência dos processos de informatização e globalização, passando a demandar que a ação profissional em diferentes áreas do saber tenha, também, se modificado. Assim, os profissionais engajados no mundo do trabalho, para além de conhecimentos técnicos de sua área, defrontam-se com a necessidade de atuar em práticas de letramento que caracterizam sua esfera de atuação. As engenharias não fogem a essa transformação e, então, discute-se sobre como práticas de leitura são abordadas na graduação em engenharia. Este trabalho tem o objetivo de discutir como se efetivam práticas de leitura em dois contextos curriculares distintos de formação em engenharia: um baseado em projetos e outro, organizado por disciplinas individualizadas. Para tanto, são realizadas análises qualitativas, sob cunho interpretativo, de enunciados produzidos em entrevistas semiestruturadas empreendidas com dois grupos de sujeitos: a) egressos de cursos de engenharia com currículos organizados por disciplinas individualizadas, no Brasil; b) estudantes do 7.º semestre do Mestrado Integrado em Engenharia de uma Universidade, em Portugal participantes de projetos articuladores entre as unidades curriculares. As análises são pautadas nas proposições do Círculo de Bakhtin, nos Estudos do Letramento e nas Teorias da Aprendizagem Ativa. Os dados sinalizam que o trabalho com práticas de leitura de forma articulada entre as disciplinas se mostra mais significativo aos acadêmicos, pois, ao estarem inseridos em projetos, eles experienciam sua atuação profissional ainda durante a formação inicial e compreendem, assim, as funções e os funcionamentos das demandas de leitura no mundo do trabalho.</p><p><strong>Palavras-chave:</strong><span> letramentos; leitura; engenharias.</span></p>
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