Summary: | Este estudo procura questionar como algumas concepções teóricas sobre o poder, presentes no campo dos estudos organizacionais, podem limitar a apreensão do fenômeno organizacional, devido à inevitável instrumentalização das relações sociais que elas presumem. Essas concepções são especialmente aquelas que atrelam o poder à capacidade estratégica do indivíduo (ou grupo) de realização de objetivos externos, às quais são identificadas neste estudo pelo rótulo de "poder utilitário". Partindo da premissa de que a teoria sobre o poder é um importante recurso para a atividade de pesquisa e reflexão acerca das organizações, este ensaio procura identificar outras concepções teóricas de poder, passíveis de aplicação na investigação organizacional, capazes de complementar aquelas que se baseiam na racionalidade instrumental. A metodologia escolhida se resume a um trabalho de revisão da literatura que envolve outros campos das ciências humanas, além do campo dos estudos organizacionais, como a sociologia, a ciência política e a filosofia. A aplicação dessas concepções "alternativas" sobre o poder na investigação das organizações visa possibilitar uma compreensão mais adequada da vida organizacional.
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