Summary: | OBJETIVO: Estudar a associação entre transtornos mentais pós-parto e fatores demográficos e psicossociais, pré e perinatais. MÉTODOS: Todas as familias com crianças de quatro meses da Vila Jardim - Porto Alegre (RS) - nascidos entre novembro de 1998 e dezembro de 1999 foram avaliadas. Utilizou-se o Self Report Questionnaire (SRQ-20) e entrevistas clínicas semiestruturadas individuais e do casal para fundamentar uma hipótese diagnóstica segundo os critérios do da quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV). Realizou-se a avaliação da relação conjugal e do relacionamento da mãe com as famílias de origem e a rede social utilizando-se a Escala de Avaliação Global do Funcionamento Relacional (GARF). RESULTADOS: Foram avaliadas 148 mães e os 116 pais que coabitavam. Segundo o SRQ, 34,4% das mães e 25,4% dos pais apresentaram suspeita de transtorno psiquiátrico. Clinicamente os percentuais foram maiores. Coabitar ou não com companheiro não esteve associado com transtorno mental materno. Na análise da totalidade do grupo de mulheres, estiveram associados: baixa renda familiar (OR=0,8; p<0,05) e a presença de transtorno materno no passado (OR=2,2; p<0,05). O estudo apenas das mulheres que coabitavam (n=116) mostrou associação exclusivamente com a má qualidade da relação conjugal (OR=7,3; p<0,05). CONCLUSÃO: Este estudo reforça a necessidade de se verificar a presença de transtorno mental materno da mãe nas consultas de pré-natal e puericultura, e introduz dados sobre o pai e, especialmente, sobre a importância da relação conjugal.<br>PURPOSE: To study the association between postpartum psychiatric disorder and demographic and psychosocial, pre- and perinatal factors. METHODS: All families having 4-month-old infants in Vila Jardim, a district of Porto Alegre, Brazil, born at a public hospital from November 1998 through December 1999 were assessed. The Self-Report Questionnaire (SRQ-20) and semi-structured interviews were used for the psychiatric assessment that included a possible diagnosis using Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders IV (DSM- IV) criteria. Relational functioning between couples, the relationship with mother's family of origin and social network were assessed using the DSM-IV Global Assessment of Relational Functioning Scale (GARF). RESULTS: A total of 148 mothers and 116 cohabiting fathers were assessed. According to the SRQ, 34.4% of the mothers and 25.4% of the fathers had a suspicion of psychiatric disorder. Clinical assessments using DSM-IV criteria detected larger numbers. In the analysis of the whole group of women, low family income (OR=0.8; p<0.05) and presence of previous maternal disorder (OR=2.2; p<0.05) were associated. When only women living with partners were assessed (n=116), there was an exclusive association with quality of marital relationship (OR=7.3; p<0.05). CONCLUSION: This study reinforces the need of investigating the presence of maternal psychiatric disorder during prenatal care, introduces data about the father, and especially, the importance of routine assessment of the marital relationship.
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