Summary: | <span style="font-size: 11pt; font-family: 'Times New Roman','serif'">Na ordem do mercado dos bens simbólicos, em <em>A hora da Estrela</em>, não estaria presentificada a enunciação discursiva da linguagem-produto? Não teríamos, nessa trama textual clariceana, uma linguagem não acessível, desafiadora, que fala de seus processos, de suas carências, driblando inúteis tentativas de decifrar, interpretar a vida e o destino de uma invisível Macabéa repleta de silêncios? Nessa obra, que mais claramente prenuncia a morte de uma estrela que explode sem experimentar o fulgor, a intensidade da vida plena, não teríamos a representação de uma linguagem em crise por ser autoconsciente de sua precariedade? Nessa enunciação romanesca clariceana, a linguagem-produto se instaura, qual uma esfinge devoradora, apontando para os abismos dos nossos macabeicos destinos.</span>
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