FILOSOFIA ANALÍTICA E PRAGMATISMO: W. SELLARS E C.S. PEIRCE SOBRE O “MITO DO DADO”
Em Empirismo e Filosofia da Mente, de 1956, Wilfrid Sellars criticou a teoria do “mitodo dado”, quer dizer, a ideia de que o conhecimento empírico repousa sobre a fundação de saberesnão-inferenciais. Ao lado de trabalhos de W.V.O. Quine e do “segundo” Wittgenstein, o texto deSellars foi responsável...
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Universidade Federal de Sergipe
2010-03-01
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doaj-5e938c73bcfd4711b9c2f394796c98242020-11-24T23:16:14ZengUniversidade Federal de SergipePrometeus: Filosofia em Revista2176-59602010-03-0136621FILOSOFIA ANALÍTICA E PRAGMATISMO: W. SELLARS E C.S. PEIRCE SOBRE O “MITO DO DADO”José Renato Salatiel0Doutor em Filosofia Centro de Estudos do Pragmatismo – PUC-SPEm Empirismo e Filosofia da Mente, de 1956, Wilfrid Sellars criticou a teoria do “mitodo dado”, quer dizer, a ideia de que o conhecimento empírico repousa sobre a fundação de saberesnão-inferenciais. Ao lado de trabalhos de W.V.O. Quine e do “segundo” Wittgenstein, o texto deSellars foi responsável por colocar a filosofia analítica num estágio adiante de suas origens nopositivismo lógico, e também por cultivar o diálogo com o pragmatismo, sobretudo com osfilósofos neopragmatistas. Contudo, quase noventa anos antes do clássico de Sellars, CharlesSanders Peirce, considerado o fundador do pragmatismo, elaborou uma epistemologia póscartesianana qual negava, de modo semelhante, que o conhecimento intuitivo pode servir de basepara crenças. O presente artigo objetiva investigar a proximidade destas teorias, contribuindo paraestreitar as relações entre filosofia analítica e pragmatismo. Conclui-se que Peirce, diferente deSellars, mantém uma forma “saudável” de empirismo “fraco”, que serve de atrito para a elaboraçãoconceitual, ainda que sobre experiências futuras.http://seer.ufs.br/index.php/prometeus/article/view/754 |
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Em Empirismo e Filosofia da Mente, de 1956, Wilfrid Sellars criticou a teoria do “mitodo dado”, quer dizer, a ideia de que o conhecimento empírico repousa sobre a fundação de saberesnão-inferenciais. Ao lado de trabalhos de W.V.O. Quine e do “segundo” Wittgenstein, o texto deSellars foi responsável por colocar a filosofia analítica num estágio adiante de suas origens nopositivismo lógico, e também por cultivar o diálogo com o pragmatismo, sobretudo com osfilósofos neopragmatistas. Contudo, quase noventa anos antes do clássico de Sellars, CharlesSanders Peirce, considerado o fundador do pragmatismo, elaborou uma epistemologia póscartesianana qual negava, de modo semelhante, que o conhecimento intuitivo pode servir de basepara crenças. O presente artigo objetiva investigar a proximidade destas teorias, contribuindo paraestreitar as relações entre filosofia analítica e pragmatismo. Conclui-se que Peirce, diferente deSellars, mantém uma forma “saudável” de empirismo “fraco”, que serve de atrito para a elaboraçãoconceitual, ainda que sobre experiências futuras. |
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