Summary: | A bibliografia existente sobre a vida e a obra de Martins Pena remonta ao século dezenove. Em 1877, Luiz Francisco da Veiga deu-se ao trabalho de realizar um paciente e precioso trabalho de levantamento, através do Jornal do Comércio, de todas as notícias publicadas acerca da publicação e representação das peças do dramaturgo no Rio de Janeiro entre 1837 e 1847.1 Foi graças a este levantamento minucioso que biógrafos posteriores, como Raimundo Magalhães Jr. e Darcy Damasceno, puderam fixar o conjunto da obra de Pena com precisão. Talvez porque Luiz Francisco da Veiga não fosse um intelectual preocupado com as questões estéticas, mas simplesmente um estudioso dedicado à preservação da memória de um grande brasileiro, seu estudo passe hoje quase despercebido diante de diversos comentadores que, de pontos de vista mais elevados, procuraram descrever e interpretar o fenômeno Martins Pena. Porém, para uma pesquisa preocupada em rever a historiografia na perspectiva da encenação, e investigar as circunstâncias em que Martins Pena teve, entre 1838 e 1846, dezoito de suas peças encenadas no Teatro São Pedro, o trabalho de Veiga situa-se entre os mais valiosos.
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