Consultoria em patologia cirúrgica mamária: variabilidade interobservador no diagnóstico de lesões proliferativas intraductais atípicas Consultation in breast surgical pathology: interobserver diagnostic variability of atypical intraductal proliferative lesions

OBJETIVO: Avaliar a concordância nos diagnósticos histopatológicos de lesões mamárias proliferativas intraductais entre patologistas gerais e especialistas em patologia mamária. MÉTODOS: Trata-se de estudo observacional e transversal, com análise de 209 lesões encaminhadas ao Laboratório de Patologi...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Amanda Arantes Perez, Débora Balabram, Marcio de Almeida Salles, Helenice Gobbi
Format: Article
Language:English
Published: Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia 2013-04-01
Series:Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032013000400006
Description
Summary:OBJETIVO: Avaliar a concordância nos diagnósticos histopatológicos de lesões mamárias proliferativas intraductais entre patologistas gerais e especialistas em patologia mamária. MÉTODOS: Trata-se de estudo observacional e transversal, com análise de 209 lesões encaminhadas ao Laboratório de Patologia Mamária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais para consultoria, no período de 2007 a 2011, comparando os diagnósticos originais com os após a revisão. Foram incluídos apenas os casos com solicitação formal de revisão e que apresentavam diagnóstico histopatológico no laudo original ou de revisão de lesões proliferativas, carcinoma ductal in situ puro, carcinoma ductal in situ com microinvasão ou associado a carcinoma invasor. A concordância percentual e o índice kappa foram utilizados para a análise estatística. RESULTADOS: Observamos moderada concordância nos diagnósticos originais de benignidade ou malignidade versus os diagnósticos de revisão (kappa=0,5; concordância percentual=83%). Após a revisão, o diagnóstico de malignidade foi confirmado em 140/163 casos (86%) e o diagnóstico de benignidade foi confirmado em 34/46 casos (74%). Quanto aos diagnósticos específicos, observamos concordância moderada entre o laudo original e de revisão (136/209 casos; kappa=0,5; concordância percentual=65%). A maior discordância foi observada nos casos de carcinoma ductal in situ com microinvasão (6/6 casos; 100%). Grande discordância foi observada nos casos de hiperplasia ductal atípica (16/30 casos; 53%) e carcinoma ductal in situ (25/75 casos; 33%). Em relação ao grau histológico do carcinoma ductal in situ, observou-se boa concordância entre os laudos originais e de revisão (29/39 casos; kappa=0,6; concordância percentual=74%). CONCLUSÃO: Nossos dados confirmam que as lesões mamárias proliferativas intraductais, em especial as hiperplasias ductais atípicas, o carcinoma ductal in situ e o carcinoma ductal in situ com microinvasão apresentam relevantes discordâncias nos diagnósticos histopatológicos, que podem induzir o clínico a erros nas decisões terapêuticas.<br>PURPOSE: To evaluate the agreement about the histopathological diagnosis of intraductal proliferative breast lesions between general pathologists and a specialist in breast pathology. METHODS: This was an observational, cross-sectional study of 209 lesions received in consultation at the Breast Pathology Laboratory of the School of Medicine, Federal University of Minas Gerais, from 2007 to 2011, comparing the original diagnosis and the review. We included only cases with a formal request for review and cases in which the original diagnosis or reviewer's diagnosis showed proliferative lesions, pure ductal carcinoma in situ, ductal carcinoma in situ associated with microinvasion or associated with invasive carcinoma. The kappa index and percent concordance were used in the statistical analyses. RESULTS: A moderate agreement was observed between the original histopathological diagnosis and the second opinion (kappa=0.5; percentual concordance=83%). After the review, the diagnosis of malignancy was confirmed in 140/163 cases (86%) and the diagnosis of benign lesions was confirmed in 34/46 cases (74%). Regarding specific diagnosis, we observed moderate agreement between the original diagnosis and the reviewer's diagnosis (136/209 cases; kappa=0.5; percent concordance=65%). The highest disagreement was observed in cases of ductal carcinoma in situ with microinvasion (6/6 cases; 100%). Important discordance was observed in cases of atypical ductal hyperplasia (16/30 cases; 53%) and ductal carcinoma in situ (25/75 cases; 33%). Regarding the histological grade of ductal carcinoma in situ, we observed good agreement between the original diagnosis and the review (29/39 cases; kappa=0.6, percent agreement=74%). CONCLUSION: Our data confirm that intraductal proliferative breast lesions, especially atypical ductal hyperplasia, ductal carcinoma in situ and ductal carcinoma in situ with microinvasion show relevant discrepancies in the histopathological diagnoses, which may induce errors in therapeutic decisions.
ISSN:0100-7203