O instituto de patentes Pipeline e o acesso a medicamentos: aspectos econômicos e jurídicos deletérios à economia da saúde

A criação da OMC trouxe consigo uma série de acordos multilaterais, entre os quais o Acordo TRIPS que regula temas relacionados à propriedade intelectual. A partir de sua adoção, estabeleceu-se um "padrão mínimo" de proteção, incluindo a ampliação do escopo de patenteabilidade para todos...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Lia Hasenclever, Rodrigo Lopes, Gabriela Costa Chaves, Renata Reis, Marcela Fogaça Vieira
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de São Paulo 2010-10-01
Series:Revista de Direito Sanitário
Subjects:
Online Access:http://www.revistas.usp.br/rdisan/article/view/13212
id doaj-5c71227b313e485e875538af17c6ac26
record_format Article
spelling doaj-5c71227b313e485e875538af17c6ac262020-11-25T03:41:52ZengUniversidade de São PauloRevista de Direito Sanitário1516-41792316-90442010-10-01112 O instituto de patentes Pipeline e o acesso a medicamentos: aspectos econômicos e jurídicos deletérios à economia da saúde Lia Hasenclever0Rodrigo Lopes1Gabriela Costa Chaves2Renata Reis3Marcela Fogaça Vieira4Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Economia; Grupo de Economia de Inovação Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Economia; Grupo de Economia de Inovação Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Economia; Grupo de Economia de Inovação Grupo de Trabalho sobre Propriedade IntelectualConectas Direitos Humanos A criação da OMC trouxe consigo uma série de acordos multilaterais, entre os quais o Acordo TRIPS que regula temas relacionados à propriedade intelectual. A partir de sua adoção, estabeleceu-se um "padrão mínimo" de proteção, incluindo a ampliação do escopo de patenteabilidade para todos os campos tecnológicos. O Brasil, ao buscar adequar-se ao TRIPS, foi além das obrigações assumidas ao incluir o instituto conhecido como patentes pipeline: um dispositivo temporário por meio do qual foram aceitos depósitos de patentes em campos tecnológicos não reconhecidos anteriormente, entre os quais o setor farmacêutico. Por este instituto, foram realizados 1.182 pedidos, entre os quais se encontram vários medicamentos que hoje são fundamentais para o enfrentamento de problemas de saúde pública. O presente artigo tem como objetivo discutir patentes pipeline a partir de duas perspectivas: da economia da saúde e do direito. Do lado econômico, o artigo traz um estudo do cálculo econômico de um sobrepreço que o Brasil pagou por medicamentos de AIDS, sem contrapartida de aumento de investimento em P&D. Do lado do direito, observa-se que o instituto das patentes pipeline viola uma série de princípios constitucionais e também tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário. Ao final, o artigo aborda como este mecanismo vem sendo tratado por diferentes atores da sociedade, tendo como foco de análise a Ação Direta de Inconstitucionalidade, proposta em 2009, pelo Procurador-geral da República no Supremo Tribunal Federal. O artigo conclui que a introdução do instituto da patente pipeline é frontalmente contra o interesse público. http://www.revistas.usp.br/rdisan/article/view/13212Economia da SaúdePatentes FarmacêuticasPatentes PipelinePropriedade IntelectualSupremo Tribunal Federal
collection DOAJ
language English
format Article
sources DOAJ
author Lia Hasenclever
Rodrigo Lopes
Gabriela Costa Chaves
Renata Reis
Marcela Fogaça Vieira
spellingShingle Lia Hasenclever
Rodrigo Lopes
Gabriela Costa Chaves
Renata Reis
Marcela Fogaça Vieira
O instituto de patentes Pipeline e o acesso a medicamentos: aspectos econômicos e jurídicos deletérios à economia da saúde
Revista de Direito Sanitário
Economia da Saúde
Patentes Farmacêuticas
Patentes Pipeline
Propriedade Intelectual
Supremo Tribunal Federal
author_facet Lia Hasenclever
Rodrigo Lopes
Gabriela Costa Chaves
Renata Reis
Marcela Fogaça Vieira
author_sort Lia Hasenclever
title O instituto de patentes Pipeline e o acesso a medicamentos: aspectos econômicos e jurídicos deletérios à economia da saúde
title_short O instituto de patentes Pipeline e o acesso a medicamentos: aspectos econômicos e jurídicos deletérios à economia da saúde
title_full O instituto de patentes Pipeline e o acesso a medicamentos: aspectos econômicos e jurídicos deletérios à economia da saúde
title_fullStr O instituto de patentes Pipeline e o acesso a medicamentos: aspectos econômicos e jurídicos deletérios à economia da saúde
title_full_unstemmed O instituto de patentes Pipeline e o acesso a medicamentos: aspectos econômicos e jurídicos deletérios à economia da saúde
title_sort o instituto de patentes pipeline e o acesso a medicamentos: aspectos econômicos e jurídicos deletérios à economia da saúde
publisher Universidade de São Paulo
series Revista de Direito Sanitário
issn 1516-4179
2316-9044
publishDate 2010-10-01
description A criação da OMC trouxe consigo uma série de acordos multilaterais, entre os quais o Acordo TRIPS que regula temas relacionados à propriedade intelectual. A partir de sua adoção, estabeleceu-se um "padrão mínimo" de proteção, incluindo a ampliação do escopo de patenteabilidade para todos os campos tecnológicos. O Brasil, ao buscar adequar-se ao TRIPS, foi além das obrigações assumidas ao incluir o instituto conhecido como patentes pipeline: um dispositivo temporário por meio do qual foram aceitos depósitos de patentes em campos tecnológicos não reconhecidos anteriormente, entre os quais o setor farmacêutico. Por este instituto, foram realizados 1.182 pedidos, entre os quais se encontram vários medicamentos que hoje são fundamentais para o enfrentamento de problemas de saúde pública. O presente artigo tem como objetivo discutir patentes pipeline a partir de duas perspectivas: da economia da saúde e do direito. Do lado econômico, o artigo traz um estudo do cálculo econômico de um sobrepreço que o Brasil pagou por medicamentos de AIDS, sem contrapartida de aumento de investimento em P&D. Do lado do direito, observa-se que o instituto das patentes pipeline viola uma série de princípios constitucionais e também tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário. Ao final, o artigo aborda como este mecanismo vem sendo tratado por diferentes atores da sociedade, tendo como foco de análise a Ação Direta de Inconstitucionalidade, proposta em 2009, pelo Procurador-geral da República no Supremo Tribunal Federal. O artigo conclui que a introdução do instituto da patente pipeline é frontalmente contra o interesse público.
topic Economia da Saúde
Patentes Farmacêuticas
Patentes Pipeline
Propriedade Intelectual
Supremo Tribunal Federal
url http://www.revistas.usp.br/rdisan/article/view/13212
work_keys_str_mv AT liahasenclever oinstitutodepatentespipelineeoacessoamedicamentosaspectoseconomicosejuridicosdeleteriosaeconomiadasaude
AT rodrigolopes oinstitutodepatentespipelineeoacessoamedicamentosaspectoseconomicosejuridicosdeleteriosaeconomiadasaude
AT gabrielacostachaves oinstitutodepatentespipelineeoacessoamedicamentosaspectoseconomicosejuridicosdeleteriosaeconomiadasaude
AT renatareis oinstitutodepatentespipelineeoacessoamedicamentosaspectoseconomicosejuridicosdeleteriosaeconomiadasaude
AT marcelafogacavieira oinstitutodepatentespipelineeoacessoamedicamentosaspectoseconomicosejuridicosdeleteriosaeconomiadasaude
_version_ 1724527875340632064