A terceira margem da saúde: a ética natural The third border of health: the 'natural' ethics
Este trabalho pretende discutir a pertinência de uma ética natural complexa para o campo da saúde, em particular em saúde pública, escapando das principais disjunções herdadas da tradição moderna, tais como sujeito/objeto, público/privado, valor em si/valor por si. Considera-se, portanto, as contrib...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Fundação Oswaldo Cruz, Casa de Oswaldo Cruz
1995-02-01
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Series: | História, Ciências, Saúde: Manguinhos |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59701995000100005 |
Summary: | Este trabalho pretende discutir a pertinência de uma ética natural complexa para o campo da saúde, em particular em saúde pública, escapando das principais disjunções herdadas da tradição moderna, tais como sujeito/objeto, público/privado, valor em si/valor por si. Considera-se, portanto, as contribuições trazidas pela epistemologia da complexidade que, ao conceber a constelação conceituai do vínculo e da possibilidade - que se delineia entre 'primeira natureza' (bioecológica) e 'segunda natureza' (sócio-cultural) nos humanos -, permite o diálogo entre os dois princípios fundamentais que norteiam os debates em bioética: o Princípio da Sacralidade da Vida e o Princípio da Qualidade da Vida. A ética natural considera tais princípios como sendo co-necessários para uma ética do nosso tempo, dividido entre o inevitável politeísmo de valores e normas decorrente da secularização do mundo tardomodemo - caracterizado pela tolerância e o pluralismo - e os necessários fundamentos para este tipo de 'sociedade aberta', que não podem se reduzir ao mero ceticismo epistemológico do vale tudo (anything goes) nem ao ceticismo moral corrosivo da lei do mais forte e do seu corolário da ética do salve-se-quem-puder (lifeboat ethics).<br>This paper discusses the relevance of a complex natural ethics for the health field, especially for public health, avoiding the main dichotomies inherited from the tradition of modernity, such as subject/object; public/private; value in se/value per se. This thesis considers the contributions of the epistemology of complexity highlighting the conceptual constellation of links and changes between the first (bio-ecological) nature' and 'second (socio-cultural) nature' of human beings. It poses a dialogue between the two main principles that guide discussions of bioethics: the Life Sanctity Principle and the Life Disposability Principle. Natural ethics assumes both principles as necessary to a contemporary ethics divided between the adoption of an unavoidable polytheism of values and norms, resulting from the secularization of the late-modem world- marked by tolerance and pluralism - and the search for the necessary foundations for this 'open society', which cannot be reduced either to the epistemological skepticism of anything goes or to the corrosive moral skepticism of the law of 'survival of the fittest', ending up in a lifeboat ethics. |
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ISSN: | 0104-5970 1678-4758 |