<b>A difusão da escola e a afirmação da sociedade burguesa</b>

A escola deve ser entendida como uma instituição que serve um tempo determinado e que se configura em função das características dum determinado tempo. A sua emergência e difusão resultaram fundamentalmente da relação das elites com a tecnologia, vendo esta tanto como instrumento produtor quanto com...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: António Gomes Ferreira
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Brasileira de História da Educação 2012-02-01
Series:Revista Brasileira de História da Educação
Subjects:
Online Access:http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/rbhe/article/view/38660
Description
Summary:A escola deve ser entendida como uma instituição que serve um tempo determinado e que se configura em função das características dum determinado tempo. A sua emergência e difusão resultaram fundamentalmente da relação das elites com a tecnologia, vendo esta tanto como instrumento produtor quanto como capacidade de controlar riqueza e poder. Na generalidade da Europa medieval as escolas estavam nas mãos dos clérigos e localizavam-se em mosteiros, catedrais e em igrejas paroquiais. Mas desde os séculos XIIXIII vemos avançar a criação de escolas laicas nas principais cidades europeias que possuíam uma burguesia importante. Por razões que se cruzam com interesses religiosos, económicos e nacionalistas, as regiões protestantes da Europa apresentam uma instrução popular mais generalizada que as regiões católicas. Em geral, os povos setentrionais avançaram mais cedo e com mais convicção para a educação popular e mostraram-se mais capazes de atender às necessidades educativas motivadas pelo progresso científico e tecnológico. No entanto, essa não era sequer uma realidade que se visse generalizada nos países europeus nos fins do século XIX e inícios do seguinte. Embora a imposição da escolaridade obrigatória se tivesse expandido de norte a sul da Europa, esta não se cumpriu de igual modo em todos os países. Mas mesmo quando o esforço da escolarização esteve mais em conformidade com o ideário transnacional que promoveu a imposição da escolaridade obrigatória isso nunca significou uma convicção igualitária. Abstract School must be understood as an institution that serves a particular time and that configures itself in function of the characteristics of a certain time. Its emergence and diffusion resulted essentially from the relationship of the elites with technology, seeing the latter both as a productive instrument and as a mean to control richness and power. In most of medieval Europe schools were in the hands of clergy and were located in monasteries, cathedrals, and parochial churches. But since XII-XIII centuries one sees the implementation of non-church related schools in main European cities which held an important bourgeoisie. For reasons that mix with religious, economic, and political interests, protestant regions of Europe show a popular instruction more broadly generalized that the one found in catholic regions. In general, Setrentional people advanced earlier and with more conviction towards popular education and showed a higher capacity to attend to educational needs drived from scientific and technological progress. Nevertheless, this was not though a reality that could be seen generalized over the European countries in the end of XIX century and begging of the XX. Although the imposition of compulsory education had expanded from the north to the south of Europe, it did not happen in the same way in all of the countries. Even when the efforts of scholarization was more in conformity with the transnational ideary that promoted the imposition of compulsory education it never meant an egalitarian conviction. Keywords Scholarization; Society Bourgeois; Popular Education; Catholic Churches; Education
ISSN:2238-0094