Epidemia da insônia: Kopenawa e a equivocidade do esquecimento
Friedrich Nietzsche dizia que a transcendência e a negação da vida, próprias do niilismo reativo que caracteriza a autofagia do Ocidente, eram subprodutos do excesso de memória, plasmado em ressentimento e “espírito de vingança”. Por outro lado, o xamã yanomami Davi Kopenawa, liderança indígena e au...
Main Author: | |
---|---|
Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
2021-06-01
|
Series: | Griot: Revista de Filosofia |
Subjects: | |
Online Access: | https://www3.ufrb.edu.br/seer/index.php/griot/article/view/2310 |
id |
doaj-5b628b96a2f44ec4a98446da64be80ae |
---|---|
record_format |
Article |
spelling |
doaj-5b628b96a2f44ec4a98446da64be80ae2021-06-02T15:06:59ZporUniversidade Federal do Recôncavo da BahiaGriot: Revista de Filosofia2178-10362178-10362021-06-0121219922010.31977/grirfi.v21i2.23102377Epidemia da insônia: Kopenawa e a equivocidade do esquecimentoMaurício Fernando Pitta0https://orcid.org/0000-0002-9642-4072Universidade Federal do Paraná (UFPR)Friedrich Nietzsche dizia que a transcendência e a negação da vida, próprias do niilismo reativo que caracteriza a autofagia do Ocidente, eram subprodutos do excesso de memória, plasmado em ressentimento e “espírito de vingança”. Por outro lado, o xamã yanomami Davi Kopenawa, liderança indígena e autor, junto ao antropólogo Bruce Albert, do livro A queda do céu, responsabiliza o esquecimento dos brancos (napë pë) por sua própria derrocada — derrocada que leva todos os povos não-brancos consigo, em um vertiginoso cataclisma ambiental e pandêmico de dimensões planetárias que Kopenawa e os Yanomami chamam de “queda do céu”. Neste artigo, pretendemos lidar com essa equivocidade perspectiva do olvido, vislumbrando nela uma questão filosófica crucial: como compreender esse duplo cruzamento entre olvido e memória, quando saímos do discurso filosófico ocidental e partimos para o discurso de um pensador yanomami? Haveria em jogo, aqui, uma equivocidade do olvido, no sentido em que o esquecimento é outro, a depender de sua direção?https://www3.ufrb.edu.br/seer/index.php/griot/article/view/2310antropoceno; memória; perspectivismo; peste; cosmopolítica; yanomami. |
collection |
DOAJ |
language |
Portuguese |
format |
Article |
sources |
DOAJ |
author |
Maurício Fernando Pitta |
spellingShingle |
Maurício Fernando Pitta Epidemia da insônia: Kopenawa e a equivocidade do esquecimento Griot: Revista de Filosofia antropoceno; memória; perspectivismo; peste; cosmopolítica; yanomami. |
author_facet |
Maurício Fernando Pitta |
author_sort |
Maurício Fernando Pitta |
title |
Epidemia da insônia: Kopenawa e a equivocidade do esquecimento |
title_short |
Epidemia da insônia: Kopenawa e a equivocidade do esquecimento |
title_full |
Epidemia da insônia: Kopenawa e a equivocidade do esquecimento |
title_fullStr |
Epidemia da insônia: Kopenawa e a equivocidade do esquecimento |
title_full_unstemmed |
Epidemia da insônia: Kopenawa e a equivocidade do esquecimento |
title_sort |
epidemia da insônia: kopenawa e a equivocidade do esquecimento |
publisher |
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia |
series |
Griot: Revista de Filosofia |
issn |
2178-1036 2178-1036 |
publishDate |
2021-06-01 |
description |
Friedrich Nietzsche dizia que a transcendência e a negação da vida, próprias do niilismo reativo que caracteriza a autofagia do Ocidente, eram subprodutos do excesso de memória, plasmado em ressentimento e “espírito de vingança”. Por outro lado, o xamã yanomami Davi Kopenawa, liderança indígena e autor, junto ao antropólogo Bruce Albert, do livro A queda do céu, responsabiliza o esquecimento dos brancos (napë pë) por sua própria derrocada — derrocada que leva todos os povos não-brancos consigo, em um vertiginoso cataclisma ambiental e pandêmico de dimensões planetárias que Kopenawa e os Yanomami chamam de “queda do céu”. Neste artigo, pretendemos lidar com essa equivocidade perspectiva do olvido, vislumbrando nela uma questão filosófica crucial: como compreender esse duplo cruzamento entre olvido e memória, quando saímos do discurso filosófico ocidental e partimos para o discurso de um pensador yanomami? Haveria em jogo, aqui, uma equivocidade do olvido, no sentido em que o esquecimento é outro, a depender de sua direção? |
topic |
antropoceno; memória; perspectivismo; peste; cosmopolítica; yanomami. |
url |
https://www3.ufrb.edu.br/seer/index.php/griot/article/view/2310 |
work_keys_str_mv |
AT mauriciofernandopitta epidemiadainsoniakopenawaeaequivocidadedoesquecimento |
_version_ |
1721403378013044736 |