Summary: | O artigo investiga a estruturação de uma nova cultura de memória, a qual inverte a lógica metafísica com que se pensou a relação entre tecnologia e experiência nas ciências sociais. Com as recentes tecnologias da vida e da informação, a concepção do corpo humano como algo que se constitui à margem de um aparato tecnológico declina em credibilidade. Com isso, um dos principais projetos da metafísica ocidental, a saber, a estruturação de um campo de experiência e conhecimento livre de suportes técnicos, malogra em seu humanismo tecnofóbico. A partir de uma apreciação do conto Memento Mori, de Jonathan Nolan, e do filme Amnésia, de Christopher Nolan, analiso a relação entre memória e escritura, corpo e arquivo na contemporaneidade. O objetivo é perceber as tensões e oscilações implícitas na tentativa de instauração de uma mnemotécnica pretensamente pós-humana ou pós-orgânica.
Palavras-chave: tecnologia; experiência; memória; humanismo; pós-humanismo.
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