Síndrome da queda de grande altura em gatos: 43 casos atendidos no município do Rio de Janeiro

Este trabalho foi realizado em clínica veterinária particular, exclusiva no atendimento de gatos em Botafogo, no Rio de Janeiro. Foram atendidos 43 gatos que sofreram queda de grande altura no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2012, tendo as quedas ocorrido entre 2º e 12º andares. A idade méd...

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Main Authors: Margarete Weinschutz Gheren, Amanda Chaves de Jesus, Raquel Sampaio Alves, Heloisa Justen Moreira de Souza
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro 2018-05-01
Series:Brazilian Journal of Veterinary Medicine
Subjects:
Online Access:http://rbmv.org/index.php/BJVM/article/view/935
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description Este trabalho foi realizado em clínica veterinária particular, exclusiva no atendimento de gatos em Botafogo, no Rio de Janeiro. Foram atendidos 43 gatos que sofreram queda de grande altura no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2012, tendo as quedas ocorrido entre 2º e 12º andares. A idade média dos animais atendidos foi de 2 anos e 9 meses e a altura média das quedas foi de 4,6 metros. Verificou-se que 72,42% dos gatos atendidos eram sem raça definida e 60,47% eram machos. Não foi verificada uma prevalência na ocorrência das quedas de acordo com períodos do dia. Embora não seja estatisticamente significativo, houve uma maior ocorrência de quedas nos fins de semana quando comparado aos dias da semana. As quedas ocorreram em proporções semelhantes em todas as estações do ano não tendo sido notada uma sazonalidade na ocorrência de queda, como ocorre em países de clima temperado. Em 86,05% dos casos, as quedas ocorreram em residências que não possuíam nenhuma janela telada ou em que somente algumas janelas eram teladas. As quedas também ocorreram em residências que tinham todas as janelas teladas, representando 13,95% do número de quedas. Em 35/43 casos, as quedas ocorreram de altura equivalente a até o 6º andar e somente 8/43 casos ocorreram de altura equivalente ou superior ao 7º andar. Foi observado fratura de membro torácico em 41,86% dos casos; fratura de membro pélvico em 30,23%, luxação de membro torácico e de membro pélvico em 4,65% dos casos cada; fratura e luxação de coluna 2,33% e 9,30% respectivamente; fratura de pelve 4,65%; fratura de sínfise 6,98%; fratura de mandíbula 6,98%; luxação de articulação temporomandibular 9,30%; fístula oronasal 18,60%; lesão na língua 11,62%; escoriações na face 44,18%. Ainda foram observados epistaxe em 25,58%; choque 6,97%, hipotermia 11,62%; hipotensão 4,65%; dispneia 18,60%; trauma torácico 41,86%, sendo 38,88% pneumotórax e 61,11% contusão pulmonar. Ainda foram verificadas lesões em órgãos do sistema esplâncnico em 6,98% dos casos. Dos 43 gatos que foram atendidos, 51,16% receberam tratamento emergencial, 44,19% não emergencial e 6 vieram a óbito, sendo que 2/6 (4,65%) já chegaram mortos.  Concluímos que os animais jovens estão mais sujeitos ao risco de queda e não há um período do dia em que as quedas ocorram com maior frequência. Por estarmos em um país de clima tropical, onde as temperaturas não variam tanto ao longo do ano, não foi observada uma sazonalidade na ocorrência de quedas. Embora as fraturas e lesões na face ocorram com frequência nas quedas de grande altura, devemos sempre estar atentos para identificar lesões pulmonares, pois estas quando não adequadamente tratadas, podem levar os gatos a óbito, como também, as lesões em órgãos do sistema esplâncnico.
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