Policarpo, Saturnina, Maria, Eva e tantas outras crianças de tez negra:

Este artigo visa abordar a infância escrava tendo como cenário a cidade escravista de Pelotas, no período de 1850 a 1870. Por muito tempo o tema da infância dos escravizados foi deixado de lado pelos historiadores. Quando abordados na historiografia social da escravidão, eles figuram como os filhos...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Natália Garcia Pinto, José Ricardo Marques Resende Júnior
Format: Article
Language:Spanish
Published: Universidade Federal do Rio Grande 2021-04-01
Series:Revista Brasileira de História & Ciências Sociais
Subjects:
Online Access:https://periodicos.furg.br/rbhcs/article/view/11902
Description
Summary:Este artigo visa abordar a infância escrava tendo como cenário a cidade escravista de Pelotas, no período de 1850 a 1870. Por muito tempo o tema da infância dos escravizados foi deixado de lado pelos historiadores. Quando abordados na historiografia social da escravidão, eles figuram como os filhos das escravizadas, mas não como o centro norteador da análise. Nesse âmbito, o trabalho tem o intuito de trazer à cena essa infância escravizada, apontando através de uma gama de fontes documentais como, inventários post-mortem, processos crimes, batismos e alforrias, o questionamento de como era a experiência da infância de um escravizado. Não é objetivo do trabalho apontar a respeito de suas idades ou ocupações, como meras informações. A investigação proposta se utiliza da análise quantitativa e qualitativa para tentar compreender as experiências da infância escrava, por exemplo, na análise da criminalidade quando esses sujeitos ora sofriam uma violência, ora também a praticavam. Por outro lado, o que essas crianças negras entendiam sobre liberdade quando sofriam um processo injusto de reescravização de suas vidas. Ou quando a violência extrapolava a dominação do trabalho e as atingia em cheio sobre o corpo feminino, um corpo de criança. Além disso, como era a experiência de liberdade para esse grupo social quando recebiam a alforria sob os santos óleos na pia batismal.
ISSN:2175-3423