Turismo e consumo das cidades: apontamentos sobre o biopoder

Partindo do entendimento de que o biopoder tornou-se uma das principais vias que o capital recorre para se propagar, Michel Foucault lançará esta discussão pensando o biopoder como uma tecnologia de dupla face que por um lado age a partir da disciplina de regulação dos corpos, através principalmente...

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Bibliographic Details
Main Authors: Alex Reinecke de Alverga, Magda Dimenstein
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade de Fortaleza 2010-11-01
Series:Revista Subjetividades
Online Access:https://periodicos.unifor.br/rmes/article/view/1623
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spelling doaj-593fa518af6b4463aecd177746ae7e732020-11-25T03:03:36ZporUniversidade de FortalezaRevista Subjetividades2359-07772359-07772010-11-01912773111832Turismo e consumo das cidades: apontamentos sobre o biopoderAlex Reinecke de AlvergaMagda DimensteinPartindo do entendimento de que o biopoder tornou-se uma das principais vias que o capital recorre para se propagar, Michel Foucault lançará esta discussão pensando o biopoder como uma tecnologia de dupla face que por um lado age a partir da disciplina de regulação dos corpos, através principalmente das instituições de confinamento para gerar um indivíduo dócil e últil (anatomo-política) e concomitantemente incide sobre a coletividade humana, gerindo a vida da população, ordenando as cidades, através do controle das taxas de natalidade, mortalidade, morbidade, longevidade, portanto, incidindo de maneira massificante sobre o corpo-espécie (biopolítica das populações). Inspirados na analítica foucaultiana a respeito do biopoder lançamos o seguinte questionamento que irá conduzir o objetivo do presente artigo: como esta tecnologia de dupla face interfere na prática contemporânea do turismo, ou mais precisamente, como o turismo se transforma em um agenciamento do biopoder? Para responder esta indagação propomos inicialmente problematizar como a atividade turística tem se transformado em um importante vetor de (re)invenção das cidades. A cidade do Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, será o foco de nossa reflexão, pois apesar de se tratar de um caso situado, apresenta contornos de uma problemática nacional, quiçá mundial. Em seguida, discutiremos as modificações no tratamento teórico conferido ao tema do consumo na sociedade capitalista, ressaltando a compreensão de uma forma específica de consumo, a do turismo de massa, além do processo de produção de subjetividade envolvido. Discutiremos ainda os investimentos do biopoder a partir da disciplinarização do olhar que anima a experiência turística e o ordenamento que transforma a cidade enquanto localidade destinada para tal experiência. Por fim, lançaremos mão de questões relativas aos embates acionados frente a turistificação da cidade do Natal, ressaltando algumas capturas e resistências deste processo em curso. Palavras-chave: biopoder, consumo, cidades, turismo, disciplina.https://periodicos.unifor.br/rmes/article/view/1623
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