Do assédio moral à violência interpessoal: relatos sobre uma empresa júnior

O objetivo deste artigo é analisar a violência interpessoal vivenciada por sujeitos que atuam ou atuaram profissionalmente em uma empresa júnior (EJ). Para tanto, desenvolvemos um referencial teórico que apresenta e pondera sobre a teoria relativa ao assédio moral no trabalho. De modo sucinto, o ass...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Renata de Almeida Bicalho Pinto, Ana Paula Paes de Paula
Format: Article
Language:English
Published: Fundação Getulio Vargas, Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas
Series:Cadernos EBAPE.BR
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-39512013000300002&lng=en&tlng=en
Description
Summary:O objetivo deste artigo é analisar a violência interpessoal vivenciada por sujeitos que atuam ou atuaram profissionalmente em uma empresa júnior (EJ). Para tanto, desenvolvemos um referencial teórico que apresenta e pondera sobre a teoria relativa ao assédio moral no trabalho. De modo sucinto, o assédio moral geralmente é caracterizado, nos Estudos Organizacionais, como condutas hostis, impróprias, repetitivas e prolongadas por meio de posturas, palavras, gestos e/ou situações humilhantes que envolvem o trabalhador, ou um grupo, durante a jornada de trabalho. Neste artigo, questionamos o conceito de assédio moral, que é intimamente relacionado à intencionalidade dos sujeitos, e, em contrapartida, propomos o conceito de violência interpessoal, isto é, o ato de agredir o sujeito física e/ou discursivamente e/ou por atitudes e/ou comportamentos prejudiciais, sejam propositais ou não. Em seguida, analisamos alguns relatos de violência interpessoal experienciadas por atuais ou ex-empresários juniores à luz desse conceito; realizamos uma pesquisa empírica de cunho qualitativo, na qual utilizamos a metodologia da história oral e analisamos os dados de acordo com a técnica hermenêutica/dialética. Constatamos que os tipos de violência relatados são, na maioria dos casos, naturalizados pelas próprias vítimas e pelo corpo social em decorrência de uma práxis tida como necessária para a incorporação do sujeito. Destacamos, ainda, o nítido imbricamento das categorias violência interpessoal e violência simbólica.
ISSN:1679-3951