A entrevista, a pesquisa e o íntimo, ou por que censurar seu diário de campo?
O diário é constitutivo do ofício do etnógrafo, mas não é nada mais do que um conjunto disseminado de notas heterogêneas. Sua publicação, respeitando uma classificação cronológica, cria a ficção romanesca de um narrador-etnógrafo. Censurar a publicação permite não censurar a escrita. Os materiais ce...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
2009-12-01
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Series: | Horizontes Antropológicos |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832009000200007 |
Summary: | O diário é constitutivo do ofício do etnógrafo, mas não é nada mais do que um conjunto disseminado de notas heterogêneas. Sua publicação, respeitando uma classificação cronológica, cria a ficção romanesca de um narrador-etnógrafo. Censurar a publicação permite não censurar a escrita. Os materiais censurados não são da ordem do íntimo, mas da ordem do não (ainda) inteligível.<br>The field diary is part of the ethnographer's job. It is merely a set of sparse heterogeneous notes. Its publication, respecting a chronological classification, creates the Romanesque fiction of an ethnographer-narrator. Censuring the publication of the diary implies that the original writing will not be censured. The censured materials do not relate to issues of privacy, but to the not (yet) intelligible. |
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ISSN: | 0104-7183 1806-9983 |