Summary: | Do início da modernidade aos dias atuais as cidades ganharam e ainda ganham formas que visam tornar seus espaços públicos em não-lugares, isto é, locais em que os habitantes não podem ocupá-los, mas apenas transitar por eles. O problema é que a diminuição da participação dos sujeitos provoca o empobrecimento da vida social fazendo desaparecer os benefícios que dela emergem: relações, memórias e identidades. Como contraponto às espetacularizações das cidades, surgiram os movimentos de flanância, deambulação e deriva. Fora deles, há os errantes urbanos, cidadãos que subvertem a produção racionalizada da cidade, em especial os moradores de rua que, ao ocuparem os espaços públicos, resgatam a relação entre o corpo urbano e o corpo do cidadão – uma corpografia.
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