Summary: | Juan Francisco Ferré questiona, em diversos romances, a decadência espanhola, afiliando-se a uma tradição literária que remonta à geração de 1998. Segundo o escritor originário de Málaga, a Espanha não consegue se livrar de uma concepção da modernidade fundada no par imperialismo/colonialismo, herança da ilustração europeia. Essa visão crítica é particularmente aguda em Providence (2008) e El rey del juego (2015) que oferecem experiências traumáticas de descentramento em relação à cultura e à identidade espanholas. Ainda que a narração se centre em protagonistas excêntricos que têm uma visão distante e distanciada do seu entorno, não conseguem levar à cabo sua empresa de descentramento da “metrópole de nascimento”. Nesse artigo, proponho-me a estudar os motivos desse fracasso e a interrogar a visão crítica que Juan Francisco Ferré oferece de seu pais de origem e do contexto de globalização no qual está inserido
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