A consciência estética das palavras e o romance que pensa entre corpos sonâmbulos
A relação da consciência estética e as condições epistemológicas de romances que têm compromisso com o conhecimento é o objeto do presente artigo. Desenvolver uma consciência estética das palavras é ler/ouvir uma obra romanesca na condição de indivíduo sensível que pensa ao lado, buscando nas entra...
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2020-12-01
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doaj-53eab8572da64b2896eed757a4b7fd712021-06-22T13:23:54ZengUniversidade Federal de Ouro Preto Artefilosofia1809-82742526-78922020-12-0115A consciência estética das palavras e o romance que pensa entre corpos sonâmbulosItamar Rodrigues Paulino0Universidade Federal do Oeste do Pará A relação da consciência estética e as condições epistemológicas de romances que têm compromisso com o conhecimento é o objeto do presente artigo. Desenvolver uma consciência estética das palavras é ler/ouvir uma obra romanesca na condição de indivíduo sensível que pensa ao lado, buscando nas entranhas do texto um eixo condutor e provocativo na narração de temas caros à humanidade. Hermann Broch, autor de ‘Os Sonâmbulos’ e experimentador de um tipo de romance de formação do conhecimento ou romance-ápice, arquitetou ousadamente na obra uma síntese de possibilidades textuais, até o esgotamento das formas narrativas possíveis, irrompendo no leitor consciência estética sem a qual o romance que pensa perde seu valor epistemológico. Entre corpos sonâmbulos, Broch articula narrações e argumentações possíveis para falar da morbidez da modernidade, evidenciado a decadência do espírito burguês e a desintegração de seus valores até alcançar o paradoxo da morte de uma época ainda em vida e do nascimento de uma nova ainda em gestação. Ao final, o que se alerta é que sem consciência estética das palavras que permita ao escritor escrever e ao leitor ler um romance que produza conhecimento, o encontro entre leitor e escritor recairá na obviedade da ficção que não pensa. https://www.periodicos.ufop.br/raf/article/view/4282Estéticaepistemologialiteraturaromance |
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A relação da consciência estética e as condições epistemológicas de romances que têm compromisso com o conhecimento é o objeto do presente artigo. Desenvolver uma consciência estética das palavras é ler/ouvir uma obra romanesca na condição de indivíduo sensível que pensa ao lado, buscando nas entranhas do texto um eixo condutor e provocativo na narração de temas caros à humanidade. Hermann Broch, autor de ‘Os Sonâmbulos’ e experimentador de um tipo de romance de formação do conhecimento ou romance-ápice, arquitetou ousadamente na obra uma síntese de possibilidades textuais, até o esgotamento das formas narrativas possíveis, irrompendo no leitor consciência estética sem a qual o romance que pensa perde seu valor epistemológico. Entre corpos sonâmbulos, Broch articula narrações e argumentações possíveis para falar da morbidez da modernidade, evidenciado a decadência do espírito burguês e a desintegração de seus valores até alcançar o paradoxo da morte de uma época ainda em vida e do nascimento de uma nova ainda em gestação. Ao final, o que se alerta é que sem consciência estética das palavras que permita ao escritor escrever e ao leitor ler um romance que produza conhecimento, o encontro entre leitor e escritor recairá na obviedade da ficção que não pensa.
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