Transferência, desejo e ato em um caso de inclusão escolar
Trata-se de um caso acompanhado em uma escola, no qual uma professora e o assistente de práticas inclusivas manejaram as violências e autoagressões de uma criança pela via da transferência, do desejo e do ato. Por violências, entendemos os atos do sujeito articulados à satisfação da pulsão de morte...
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Universidade de São Paulo
2020-12-01
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Series: | Estilos da Clínica |
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doaj-5316d7f71b75400692c9f95b9d0808592021-02-02T15:57:12ZporUniversidade de São PauloEstilos da Clínica1415-71281981-16242020-12-01253Transferência, desejo e ato em um caso de inclusão escolarEduardo Vallejos da Rocha0Centro Lacaniano de Investigação da Ansiedade (CLIN-a), Escola Brasileira de Psicanálise Trata-se de um caso acompanhado em uma escola, no qual uma professora e o assistente de práticas inclusivas manejaram as violências e autoagressões de uma criança pela via da transferência, do desejo e do ato. Por violências, entendemos os atos do sujeito articulados à satisfação da pulsão de morte. Os operadores conceituais da psicanálise de orientação lacaniana foram tomados como norteadores para a condução do caso e para a leitura crítica da instituição, que mostrou dificuldade em incluir o inesperado e disruptivo das violências e autoagressões como objetos potentes para o trabalho. Verificou-se que o desejo e o ato provocaram, por contingências distintas, uma mudança de posição subjetiva da educadora, do assistente e, em seguida, a tomada da palavra pela criança. Evidenciou-se a maior preocupação da instituição, encarnada na figura da assessora de práticas inclusivas, em avaliar o que era produzido por cada educadora em sala de aula, do ponto de vista da confecção e adaptação de atividades para os alunos em situação de inclusão, em detrimento da escuta dos impasses da equipe. Nesse caso, o conceito lacaniano de extimidade pode orientar o trabalho do profissional junto às instituições que se pretendem inclusivas. Seja contratado pela família como acompanhante terapêutico ou, especialmente, pela escola como assistente de práticas inclusivas, o desafio é estabelecer um vínculo com a instituição sem necessariamente responder a todas as suas demandas, que porventura podem impedir a escuta da criança que urge. Para tanto, o profissional deve estar aberto às contingências dos encontros, permitindo que algo novo possa se inscrever na experiência escolar do aluno. https://www.revistas.usp.br/estic/article/view/170950transferênciadesejoatoagressividadeinclusão escolar |
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Trata-se de um caso acompanhado em uma escola, no qual uma professora e o assistente de práticas inclusivas manejaram as violências e autoagressões de uma criança pela via da transferência, do desejo e do ato. Por violências, entendemos os atos do sujeito articulados à satisfação da pulsão de morte. Os operadores conceituais da psicanálise de orientação lacaniana foram tomados como norteadores para a condução do caso e para a leitura crítica da instituição, que mostrou dificuldade em incluir o inesperado e disruptivo das violências e autoagressões como objetos potentes para o trabalho. Verificou-se que o desejo e o ato provocaram, por contingências distintas, uma mudança de posição subjetiva da educadora, do assistente e, em seguida, a tomada da palavra pela criança. Evidenciou-se a maior preocupação da instituição, encarnada na figura da assessora de práticas inclusivas, em avaliar o que era produzido por cada educadora em sala de aula, do ponto de vista da confecção e adaptação de atividades para os alunos em situação de inclusão, em detrimento da escuta dos impasses da equipe. Nesse caso, o conceito lacaniano de extimidade pode orientar o trabalho do profissional junto às instituições que se pretendem inclusivas. Seja contratado pela família como acompanhante terapêutico ou, especialmente, pela escola como assistente de práticas inclusivas, o desafio é estabelecer um vínculo com a instituição sem necessariamente responder a todas as suas demandas, que porventura podem impedir a escuta da criança que urge. Para tanto, o profissional deve estar aberto às contingências dos encontros, permitindo que algo novo possa se inscrever na experiência escolar do aluno.
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