Magnitude da mortalidade por câncer do colo do útero na Região Nordeste do Brasil e fatores socioeconômicos Magnitude of mortality from cervical cancer in the Brazilian Northeast and socioeconomic factors

OBJETIVO: Analisar a tendência temporal da mortalidade por câncer do colo do útero segundo dados de óbito corrigidos ou não e verificar a associação entre essas informações e indicadores socioeconômicos selecionados em mulheres com 20 anos ou mais residentes no Nordeste do Brasil (capital e interior...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Carmen Justina Gamarra, Joaquim Gonçalves Valente, Gulnar Azevedo e Silva
Format: Article
Language:English
Published: Pan American Health Organization 2010-08-01
Series:Revista Panamericana de Salud Pública
Subjects:
Online Access:http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1020-49892010000800005
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issn 1020-4989
1680-5348
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description OBJETIVO: Analisar a tendência temporal da mortalidade por câncer do colo do útero segundo dados de óbito corrigidos ou não e verificar a associação entre essas informações e indicadores socioeconômicos selecionados em mulheres com 20 anos ou mais residentes no Nordeste do Brasil (capital e interior) no período de 1996 a 2005. MÉTODOS: Foram incluídos no estudo os óbitos por câncer do colo do útero captados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e aqueles identificados como sendo decorrentes dessa neoplasia após processo de correção. Através de regressão linear simples, foram analisadas as tendências temporais da mortalidade e as correlações com os indicadores socioeconômicos selecionados através de correlação de Pearson (r). RESULTADOS: As maiores taxas de mortalidade por câncer do colo do útero sem correção corresponderam às capitais e as menores foram observados no interior dos estados. Por outro lado, os maiores coeficientes de mortalidade corrigidos foram observados para o interior dos estados e os menores para as capitais, invertendo o quadro. Da mesma forma, as menores taxas de mortalidade sem correção foram observadas nos estados com maior pobreza, analfabetismo, fecundidade e mortalidade infantil, enquanto as maiores taxas de mortalidade sem correção foram observadas nas regiões com melhores indicadores sociais. As taxas corrigidas mostraram associação negativa com os indicadores que assinalam melhores condições de vida, e positiva com os indicadores que descrevem piores condições de vida. CONCLUSÕES: A utilização de dados não corrigidos de mortalidade pode levar à subestimação do câncer do colo de útero e comprometer as interpretações de análises comparativas sobre a magnitude, distribuição e fatores associados a essa doença. A magnitude desse câncer merece ser reavaliada, pelo menos no Nordeste do Brasil. Contudo, os resultados demonstram que já há resultados positivos da detecção precoce na região.<br>OBJECTIVE: To analyze the time trend of cervical cancer mortality based on adjusted or unadjusted mortality data and to investigate the association between these data and socioeconomic indicators in women aged 20 years or older in the Brazilian Northeast (in capitals and non-capital cities) during the period from 1996 to 2005. METHODS: All deaths from cervical cancer recorded in the Brazilian Health Ministry's Mortality Data System (SIM) were included in the study. Also included were the cervical cancer deaths identified after the adjustment process. Simple linear regression was used to analyze the time trends for mortality and their correlations (Pearson) with selected socioeconomic indicators. RESULTS: The highest mortality coefficients with unadjusted data were observed in capitals and the lowest were observed in non-capital cities. Conversely, the highest mortality coefficients with adjusted data were observed in non-capital cities. Similarly, the lowest unadjusted mortality rates were observed in the states with the most poverty, illiteracy, fertility, and child mortality, whereas the highest unadjusted mortality rates were observed in the regions with the best social indicators. Adjusted mortality rates showed a negative association with the indicators describing better living conditions, and a positive association with the indicators describing worse living conditions. CONCLUSIONS: The use of unadjusted mortality data may lead to underestimation of cervical cancer rates and compromise the interpretations of comparative analyses of the magnitude, distribution, and factors associated with this disease. The magnitude of cervical cancer should be reassessed at least in the Brazilian Northeast. However, the findings show that positive results have been obtained with early detection efforts in Brazil.
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