Riscos ocupacionais e medidas de segurança no contexto de prática de estudantes de graduação em enfermagem: uma questão de saúde do trabalhador
O estudo está inserido na área de Saúde do Trabalhador. O objeto do estudo é a biossegurança dos estudantes de graduação de enfermagem em campo de prática a partir do uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual e acidentes com material perfuro-cortante. O interesse por essa temática advé...
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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
2012-05-01
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Mariana Rodrigues Martins Lorrana Alves Franco Regina Célia Gollner Zeitoune |
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1809-6107 2175-5361 |
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2012-05-01 |
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O estudo está inserido na área de Saúde do Trabalhador. O objeto do estudo é a biossegurança dos estudantes de graduação de enfermagem em campo de prática a partir do uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual e acidentes com material perfuro-cortante. O interesse por essa temática advém da preocupação com as noções de biossegurança repassadas em sala de aula assim como a insegurança e falta de destreza ao realizar técnicas/ procedimentos nos campos de estágio que os colocam em situações de desconforto e conflito, causando um estresse emocional prejudicial à saúde mental dos mesmos e os expondo a acidentes com agentes biológicos e de outra natureza.
Os objetivos do estudo são: discutir ocorrências de acidentes envolvendo matériais perfuro-cortantes durante o estágio supervisionado de estudantes do último ano de graduação em enfermagem ao longo dos quatro anos de curso; analisar o uso e a freqüência de equipamentos de proteção individual durante o estágio supervisionado de alunos do último ano de graduação em enfermagem; discutir sobre a formação profissional dos estudantes de enfermagem sobre as implicações da ocorrência de acidentes de trabalho e importância do uso de equipamento de proteção individual. Metodologia: Estudo quantitativo do tipo descritivo e exploratório. O local de investigação foi uma Instituição Pública de Ensino de Graduação em Enfermagem no município do Rio de Janeiro. Os sujeitos do estudo foram 111 estudantes da graduação, do último ano do curso de Enfermagem, distribuídos no 7º e 8º período. A coleta de dados foi realizada por meio de um roteiro com questões objetivas sobre a história de vida acadêmica dos estudantes: acidentes com material pérfuro-cortante em campo de prática, necessidade de quimioprofilaxia e frequência do uso de equipamentos de proteção individual. Os critérios de inclusão foram os alunos de 7º e 8º período presentes em sala de aula no momento da distribuição dos questionários. Os critérios de exclusão foram os alunos dos demais períodos da graduação em enfermagem e os alunos de 7º e 8º períodos que não estavam presentes em sala de aula no momento da distribuição dos questionários de pesquisa.
O aspecto ético da pesquisa está respaldado na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. O projeto foi aprovado pelo CEP protocolo 022/2010. A autorização foi dada mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A participação foi voluntária e permitiu aos sujeitos do estudo a recusa em responder as perguntas ou desistir de participar da pesquisa, sem sofrer qualquer tipo de punição ou constrangimento inclusive no que concerne à avaliação como aluno. Quanto aos benefícios, os alunos ficaram cientes que a sua participação contribuirá para a formação do profissional de enfermagem à medida que ampliará o conhecimento científico para a área de enfermagem em saúde do trabalhador e promoverá a elaboração de propostas de implementação de ações na universidade a fim de que seja explorado com maior freqüência as questões de biossegurança e acidentes de trabalho, na perspectiva da saúde dos futuros trabalhadores de enfermagem.
Resultados: Entre os 111 estudantes de enfermagem que participaram da pesquisa 12%(13), sofreram algum acidente com material perfuro-cortante em campo de prática. Por sua vez entre esses 13 estudantes, 02 realizaram quimioprofilaxia após o acidente. O material perfuro-cortante mais freqüente envolvido no acidente de trabalho foi a agulha, contabilizando 07 entre os 13 acidentes relatados. A partir da análise dos resultados, é possível observar a freqüência de acidentes em campo de prática entre os acadêmicos de enfermagem do último período. É importante destacar que embora haja um percentual reduzido de acidentes relatados, estudos realizados fora do âmbito nacional, com estudantes italianos tambem revelaram um índice de 6,6% de estudantes de enfermagem que sofreram acidentes envolvendo materiais biológicos potencialmente contaminados. 1
Em relação ao uso de equipamento de proteção individual, os mais utilizados são, em ordem de freqüência: jaleco, sapato fechado, luva, em quase sua totalidade, seguido por máscara, capote e óculos. É importante ressaltar que a alta freqüência do uso de equipamentos como jaleco, uniforme e sapato fechado está relacionado à exigências em campo de estágio, que tornam estes de uso obrigatório pelo aluno. Quanto ao capote, máscara e óculos, observa-se uma baixa adesão destes equipamentos de proteção individual em sua totalidade nos campos de estágio, seja nas unidades de atenção básica e em contexto hospitalar, que está relacionado diretamente com a oferta dos mesmos nos campos de estágio. Segundo NR 32, os Equipamentos de Proteção Individual - EPI, descartáveis ou não, deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição. 2
Considerações finais: Neste estudo foi possível levantar a ocorrência de acidentes perfuro-cortantes durante estágio supervisionado envolvendo estudantes de enfermagem do último ano do curso de graduação, tipos de materiais perfuro-cortantes envolvidos no acidente e realização de quimioprofilaxia após os acidentes. Não obstante, discutiu-se sobre a formação profissional dos estudantes de enfermagem em questões de biossegurança, ressaltando a necessidade de uma mudança curricular, no que tange disciplinas voltadas à saúde do trabalhador, assim como uma adequação dos docentes a realidade dos estudantes de enfermagem, com maior sensibilidade as suas tensões, falta de destreza e nervosismo, contribuindo para o menor risco de acidentes e aumento de notificações após exposição a materiais biológicos potencialmente contaminantes. É importante destacar que sem educação os estudantes continuarão a apresentar baixa adesão ao uso de EPI, pelo simples fato de não compreenderem seu significado. Por isso, não basta somente abordar o conteúdo de biossegurança em sala-de-aula de forma simples, rápida e fragmentada. É fundamental promover nos estudantes de enfermagem, futuros trabalhadores uma cultura prevencionista sobre a necessidade do uso de medidas de segurança, como equipamentos de proteção individual para evitar acidendes de trabalho, lembrando que com a mudança de hábitos, os estudantes estarão não só melhorando a qualidade da assistência aos clientes, como protegendo sua própria vida.
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O interesse por essa temática advém da preocupação com as noções de biossegurança repassadas em sala de aula assim como a insegurança e falta de destreza ao realizar técnicas/ procedimentos nos campos de estágio que os colocam em situações de desconforto e conflito, causando um estresse emocional prejudicial à saúde mental dos mesmos e os expondo a acidentes com agentes biológicos e de outra natureza. Os objetivos do estudo são: discutir ocorrências de acidentes envolvendo matériais perfuro-cortantes durante o estágio supervisionado de estudantes do último ano de graduação em enfermagem ao longo dos quatro anos de curso; analisar o uso e a freqüência de equipamentos de proteção individual durante o estágio supervisionado de alunos do último ano de graduação em enfermagem; discutir sobre a formação profissional dos estudantes de enfermagem sobre as implicações da ocorrência de acidentes de trabalho e importância do uso de equipamento de proteção individual. Metodologia: Estudo quantitativo do tipo descritivo e exploratório. O local de investigação foi uma Instituição Pública de Ensino de Graduação em Enfermagem no município do Rio de Janeiro. Os sujeitos do estudo foram 111 estudantes da graduação, do último ano do curso de Enfermagem, distribuídos no 7º e 8º período. A coleta de dados foi realizada por meio de um roteiro com questões objetivas sobre a história de vida acadêmica dos estudantes: acidentes com material pérfuro-cortante em campo de prática, necessidade de quimioprofilaxia e frequência do uso de equipamentos de proteção individual. Os critérios de inclusão foram os alunos de 7º e 8º período presentes em sala de aula no momento da distribuição dos questionários. Os critérios de exclusão foram os alunos dos demais períodos da graduação em enfermagem e os alunos de 7º e 8º períodos que não estavam presentes em sala de aula no momento da distribuição dos questionários de pesquisa. O aspecto ético da pesquisa está respaldado na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. O projeto foi aprovado pelo CEP protocolo 022/2010. A autorização foi dada mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A participação foi voluntária e permitiu aos sujeitos do estudo a recusa em responder as perguntas ou desistir de participar da pesquisa, sem sofrer qualquer tipo de punição ou constrangimento inclusive no que concerne à avaliação como aluno. Quanto aos benefícios, os alunos ficaram cientes que a sua participação contribuirá para a formação do profissional de enfermagem à medida que ampliará o conhecimento científico para a área de enfermagem em saúde do trabalhador e promoverá a elaboração de propostas de implementação de ações na universidade a fim de que seja explorado com maior freqüência as questões de biossegurança e acidentes de trabalho, na perspectiva da saúde dos futuros trabalhadores de enfermagem. Resultados: Entre os 111 estudantes de enfermagem que participaram da pesquisa 12%(13), sofreram algum acidente com material perfuro-cortante em campo de prática. Por sua vez entre esses 13 estudantes, 02 realizaram quimioprofilaxia após o acidente. O material perfuro-cortante mais freqüente envolvido no acidente de trabalho foi a agulha, contabilizando 07 entre os 13 acidentes relatados. A partir da análise dos resultados, é possível observar a freqüência de acidentes em campo de prática entre os acadêmicos de enfermagem do último período. É importante destacar que embora haja um percentual reduzido de acidentes relatados, estudos realizados fora do âmbito nacional, com estudantes italianos tambem revelaram um índice de 6,6% de estudantes de enfermagem que sofreram acidentes envolvendo materiais biológicos potencialmente contaminados. 1 Em relação ao uso de equipamento de proteção individual, os mais utilizados são, em ordem de freqüência: jaleco, sapato fechado, luva, em quase sua totalidade, seguido por máscara, capote e óculos. É importante ressaltar que a alta freqüência do uso de equipamentos como jaleco, uniforme e sapato fechado está relacionado à exigências em campo de estágio, que tornam estes de uso obrigatório pelo aluno. Quanto ao capote, máscara e óculos, observa-se uma baixa adesão destes equipamentos de proteção individual em sua totalidade nos campos de estágio, seja nas unidades de atenção básica e em contexto hospitalar, que está relacionado diretamente com a oferta dos mesmos nos campos de estágio. Segundo NR 32, os Equipamentos de Proteção Individual - EPI, descartáveis ou não, deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição. 2 Considerações finais: Neste estudo foi possível levantar a ocorrência de acidentes perfuro-cortantes durante estágio supervisionado envolvendo estudantes de enfermagem do último ano do curso de graduação, tipos de materiais perfuro-cortantes envolvidos no acidente e realização de quimioprofilaxia após os acidentes. Não obstante, discutiu-se sobre a formação profissional dos estudantes de enfermagem em questões de biossegurança, ressaltando a necessidade de uma mudança curricular, no que tange disciplinas voltadas à saúde do trabalhador, assim como uma adequação dos docentes a realidade dos estudantes de enfermagem, com maior sensibilidade as suas tensões, falta de destreza e nervosismo, contribuindo para o menor risco de acidentes e aumento de notificações após exposição a materiais biológicos potencialmente contaminantes. É importante destacar que sem educação os estudantes continuarão a apresentar baixa adesão ao uso de EPI, pelo simples fato de não compreenderem seu significado. Por isso, não basta somente abordar o conteúdo de biossegurança em sala-de-aula de forma simples, rápida e fragmentada. É fundamental promover nos estudantes de enfermagem, futuros trabalhadores uma cultura prevencionista sobre a necessidade do uso de medidas de segurança, como equipamentos de proteção individual para evitar acidendes de trabalho, lembrando que com a mudança de hábitos, os estudantes estarão não só melhorando a qualidade da assistência aos clientes, como protegendo sua própria vida. http://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/1721saúde do trabalhadorriscos ocupacionaisestudantes de enfermagembiossegurança |