MODELO DE EVOLUÇÃO PEDOGEOMORFOLÓGICA DA SERRA DA CANASTRA, MG

<p>A gibbsita e as formas de ferro em solos tropicais são preferencialmente controladas pela posição na paisagem e variação das condições hídricas ao longo das pedossequências. Normalmente, em escala regional, a gibbsita aumenta com a elevação do terreno e a idade da superfície, enquanto que,...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Vinicius Vasconcelos, Éder de Souza Martins, Osmar Abílio de Carvalho Júnior, José Marques Júnior, Diego Silva Siqueira, Antônio Felipe Couto Júnior, Renato Fontes Guimarães, Roberto Arnaldo Trancoso Gomes, Adriana Reatto
Format: Article
Language:English
Published: União da Geomorfologia Brasileira 2013-03-01
Series:Revista Brasileira de Geomorfologia
Subjects:
Online Access:http://www.lsie.unb.br/rbg/index.php/rbg/article/view/379
Description
Summary:<p>A gibbsita e as formas de ferro em solos tropicais são preferencialmente controladas pela posição na paisagem e variação das condições hídricas ao longo das pedossequências. Normalmente, em escala regional, a gibbsita aumenta com a elevação do terreno e a idade da superfície, enquanto que, na escala local, decresce do topo para a base das vertentes. A razão entre o ferro oxalato e o ferro ditionito (Fe<sub>o</sub>/Fe<sub>d</sub>) em condições oxidantes e bem drenadas tendem a ser baixas (&lt; 0,05), como no caso dos Latossolos. Por outro lado, razões mais elevadas (entre 0,5 e 1) caracterizam ambientes submetidos a condições redutoras, que indicam a dissolução de óxidos de ferro cristalinos e sua precipitação em formas menos estáveis. A razão entre o ferro ditionito e o ferro total (Fe<sub>d</sub>/Fe<sub>2</sub>O<sub>3</sub>) é um indicativo do estágio de intemperismo do solo. Razões de Fe<sub>d</sub>/Fe<sub>2</sub>O<sub>3</sub>&gt; 0,8 são geralmente observadas em Latossolos. O comportamento destes parâmetros na paisagem é decorrente do processo evolutivo das catenas. Este trabalho tem como objetivo descrever uma pedossequência na Serra da Canastra, caracterizada por uma polaridade inversa da gibbsita e razões de Fe<sub>d</sub>/Fe<sub>2</sub>O<sub>3</sub>eFe<sub>o</sub>/Fe<sub>d</sub> próprias de um ambiente redutor. A pedossequência possui Latossolo no topo e Gleissolo na base. Entre a alta e média vertentes ocorrem solos desenvolvidos <em>in situ</em>, com uma sequência apresentando Latossolo a montante e Cambissolo a jusante. Na baixa vertente, ocorrem solos desenvolvidos sobre rampas de colúvio, mostrando a sequência Latossolo- Gleissolo para jusante. Foram coletadas amostras dos horizontes diagnósticos em 10 trincheiras ao longo de uma pedossequência<strong>. </strong>As amostras foram submetidas às seguintes análises: ferro extraído com ditionito-citrato-bicarbonato (Fe<sub>d</sub>) e oxalato de amônio (Fe<sub>o</sub>), análise termogravimétrica para quantificação direta de gibbsita e caulinita e susceptibilidade magnética. O conjunto de dados foi processado por análise multivariada: Análise de Componentes Principais (ACP) e Análise de Grupos (AG). Observou-se que os solos mostram uma evolução lateral de transformação de Latossolos em Gleissolos, de forma progressiva e descontinuada na paisagem. O limite superior da vertente onde ocorrem depósitos coluvionares é marcado pela variação da susceptibilidade magnética, textura e cor do solo. As análises multivariadas (ACP e AG) e os estudos de campo indicam que a pedossequência é derivada de sucessivos solapamentos provocados por erosão subsuperficial e deposição de colúvio, com avanço de ambientes hidromórficos nestas porções relativamente rebaixadas da paisagem.</p><p> </p>
ISSN:1519-1540
2236-5664