Summary: | Estudos isolados, de diversas áreas, evidenciam processo de precarização, desvalorização, sofrimentos e adoecimentos aos quais se submete o professor, no trabalho docente. Urge avançar com a articulação dos conhecimentos produzidos, para subsidiar investimentos no sentido de inaugurar espaços para a inclusão da pauta do cuidado no âmbito educacional, na cultura do magistério. Este artigo busca uma via de compreensão da autonomia docente que possibilite relacioná-la a formas de cuidado centradas no professor. O estudo evidencia algumas formas como a autonomia do professor é interpretada nos campos de Saúde e Educação: por um lado, a configuração de riscos de adoecimento e a proteção/promoção da saúde do trabalhador professor; por outro, a profissionalização docente. A teia das relações entre autonomia e cuidado é tecida a partir de fios que perpassam aspectos da saúde do trabalhador professor, do trabalho docente e da profissionalização do magistério. A questão da autonomia pode configurar um eixo para a interdisciplinaridade na atenção ao professor e uma chave para a discussão de uma cultura do cuidado e da saúde docente, no âmbito educacional. A temática do cuidado comporta uma potência articuladora das discussões que problematizam o trabalho docente, a formação de professores e o processo de profissionalização do magistério e, também, da integralidade e da interdisciplinaridade na atenção a saúde do professor. Uma cultura de cuidado do professor se faz necessária no campo da educação; e a questão da autonomia pode contribuir para alguns dos encaminhamentos na direção da sua concretização.
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