O PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM E A VIVENCIA DA MORTE NO CONTEXTO DA TERAPIA INTENSIVA
INTRODUÇÃO: A morte é um fenômeno presente no cotidiano de todo profissional da saúde que presta assistência em Terapia Intensiva, o que com freqüência determina a relação de aproximação ou afastamento com o cliente . Como afirma Klüber Ross, em seu livro sobre a morte e o morrer (2000), cultura...
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INTRODUÇÃO: A morte é um fenômeno presente no cotidiano de todo profissional da saúde que presta assistência em Terapia Intensiva, o que com freqüência determina a relação de aproximação ou afastamento com o cliente . Como afirma Klüber Ross, em seu livro sobre a morte e o morrer (2000), culturalmente o homem não está preparado para sua morte. Constata-se cotidianamente o despreparo do profissional da saúde e em particular da enfermagem, para lidar técnica e emocionalmente com este fato. Pode parecer simples, mas verdade, observa-se um esforço imensurável no sentido de evitar o envolvimento emocional, fato que pode ser evidenciado através das reações de negação e fuga, na tentativa de não desestruturação. Durante a residência em enfermagem em Unidades de Terapia intensiva, enfrentamos inúmeras situações envolvendo processo de morte, nas quais encontramos dificuldades para lidar com as mesmas, o que fez emergir a necessidade de elaboração deste estudo.
OBJETIVOS: Identificar as produções científicas nacionais sobre a vivência dos profissionais de Enfermagem que atuam em terapia intensiva sobre o processo de morte/morrer e analisar as produções científicas nacionais sobre a vivência dos profissionais de Enfermagem que atuam em terapia intensiva sobre o processo de morte/morrer.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo bibliográfico de abordagem quantitativa e qualitativa. A busca foi realizada através da base de dados Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) com os descritores “morte, terapia intensiva, enfermagem”. Os critérios de inclusão adotados neste estudo foram: selecionar as produções científicas nacionais, em forma de artigo na íntegra e com recorte temporal 2000 a 2010. Desta forma foram encontradas 41 publicações científicas, mas apenas 10 artigos abordavam a temática de interesse deste estudo.
RESULTADOS: Constatou-se que 40% dos artigos foram publicados no ano de 2006; 30% foram publicados no ano de 2009; 10% foram publicados nos anos de 2005, 2008, 2010 respectivamente. Com relação aos assuntos abordados nos artigos, 40% estavam ligados a equipe de enfermagem onde foram citadas dificuldades relacionadas ao contato com os familiares, com o lidar com a morte, com a falta de recursos materiais e, especialmente, com o relacionamento entre os membros da equipe. Além disso emergiu a necessidade de se implementar encontros sistematizados, nos quais esses profissionais tenham a oportunidade de expor suas satisfações, angústias e medos durante esse processo. 30% dos artigos estavam relacionados com a morte em pediatria e neonatologia que retratavam os sentimentos dos profissionais que emergem na convivência com a morte, tais como: perda, compaixão, tristeza, angústia, impotência e frieza o que resulta numa experiência do mundo sensível de cada um. 20% dos estudos abordaram dilemas éticos ligados a: diversidade de valores; presença dos pacientes terminais na UTI; incertezas sobre a terminalidade e limites de intervenção para prolongar a vida dos pacientes; discordância de tomadas de decisão; não aceitação do processo de morte pela família do paciente e a falta de esclarecimento da família e do paciente. Além disso, ressaltaram a necessidade de avaliar as medidas terapêuticas a serem utilizadas com pacientes em processo de morrer e de morte, de modo que possam viver a fase final de sua vida com qualidade. Somente 10% dos artigos encontrados retratou o estresse do profissional de saúde em UTI que, apesar de ser discutido desde longa data, ainda acomete esses profissionais, e as instituições ainda não oferecem atenção especial aos enfermeiros no sentido de promover sua saúde integral.
CONCLUSÃO: Inexistem fórmulas que propiciem o enfrentamento da morte, mas o mesmo pode ser facilitado, desde que a morte seja encarada como um desfecho natural do processo vital. Assim, encarar a morte para a equipe de enfermagem, gera muitas dificuldades, tornando-os angustiados por faltar habilidade para enfrentar este processo. Concluímos ser necessário haver momentos de reflexão e discussão entre a equipe acerca dos aspectos técnicos, científicos e éticos referentes ao cuidado tanto dos pacientes críticos quanto de seus familiares, tendo em vista a melhoria da qualidade do atendimento e do relacionamento interpessoal Os dados encontrados vem ao encontro de uma lacuna existente no conhecimento referente à experiência da equipe de enfermagem em relação ao processo de morte/morrer, considerando a existência de poucos estudos que exploram a experiência dos profissionais voltado a este processo. Esse fato pode ser verificado, especialmente, em nível nacional, dado o número reduzido de publicações que tratam do tema.
REFERÊNCIAS:
ARIÉS, P. História da Morte no Ocidente. Tradução P.V Siqueira. Rio de Janeiro 1997.
DASTUR, F. A Morte, ensaio sobre a finitude. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
FIGUEREDO, Nébia Maria Almeida de. Ensinando a Cuidar em Saúde Pública. Editora: Yendis. 2005
___________. Práticas de enfermagem: Ensinando a Cuidar de Clientes em Situações Clínicas e Cirúrgicas. Editora: Difusão Paulista de Enfermagem,2003
GIL,Antonio Carlos.Como Elaborar Projetos de Pesquisa.3.ed.São Paulo: Atlas 1991.
KÜBLER-ROSS, Elisabeth. Sobre a Morte e o Morrer São Paulo. 8ª ed :Martins Fontes 2000.
MINISTÉRIO DA SAÚDE, FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE, CENTRO NACIONAL DE EPIDEMIOLOGIA.Manual de Procedimentos Sistema de Informações Sobre Mortalidade. Brasília/DF- 1999.
PALÚ, Lígia Aparecida; Labionici, Liliana Maria; Albini, Leomar. A Morte no Cotidiano dos Profissionais de Enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva.
PITTA, A. Hospital – Dor e Morte como Ofício.São Paulo, Hucitec, 1991.
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Pode parecer simples, mas verdade, observa-se um esforço imensurável no sentido de evitar o envolvimento emocional, fato que pode ser evidenciado através das reações de negação e fuga, na tentativa de não desestruturação. Durante a residência em enfermagem em Unidades de Terapia intensiva, enfrentamos inúmeras situações envolvendo processo de morte, nas quais encontramos dificuldades para lidar com as mesmas, o que fez emergir a necessidade de elaboração deste estudo. OBJETIVOS: Identificar as produções científicas nacionais sobre a vivência dos profissionais de Enfermagem que atuam em terapia intensiva sobre o processo de morte/morrer e analisar as produções científicas nacionais sobre a vivência dos profissionais de Enfermagem que atuam em terapia intensiva sobre o processo de morte/morrer. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo bibliográfico de abordagem quantitativa e qualitativa. A busca foi realizada através da base de dados Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) com os descritores “morte, terapia intensiva, enfermagem”. Os critérios de inclusão adotados neste estudo foram: selecionar as produções científicas nacionais, em forma de artigo na íntegra e com recorte temporal 2000 a 2010. Desta forma foram encontradas 41 publicações científicas, mas apenas 10 artigos abordavam a temática de interesse deste estudo. RESULTADOS: Constatou-se que 40% dos artigos foram publicados no ano de 2006; 30% foram publicados no ano de 2009; 10% foram publicados nos anos de 2005, 2008, 2010 respectivamente. Com relação aos assuntos abordados nos artigos, 40% estavam ligados a equipe de enfermagem onde foram citadas dificuldades relacionadas ao contato com os familiares, com o lidar com a morte, com a falta de recursos materiais e, especialmente, com o relacionamento entre os membros da equipe. Além disso emergiu a necessidade de se implementar encontros sistematizados, nos quais esses profissionais tenham a oportunidade de expor suas satisfações, angústias e medos durante esse processo. 30% dos artigos estavam relacionados com a morte em pediatria e neonatologia que retratavam os sentimentos dos profissionais que emergem na convivência com a morte, tais como: perda, compaixão, tristeza, angústia, impotência e frieza o que resulta numa experiência do mundo sensível de cada um. 20% dos estudos abordaram dilemas éticos ligados a: diversidade de valores; presença dos pacientes terminais na UTI; incertezas sobre a terminalidade e limites de intervenção para prolongar a vida dos pacientes; discordância de tomadas de decisão; não aceitação do processo de morte pela família do paciente e a falta de esclarecimento da família e do paciente. Além disso, ressaltaram a necessidade de avaliar as medidas terapêuticas a serem utilizadas com pacientes em processo de morrer e de morte, de modo que possam viver a fase final de sua vida com qualidade. Somente 10% dos artigos encontrados retratou o estresse do profissional de saúde em UTI que, apesar de ser discutido desde longa data, ainda acomete esses profissionais, e as instituições ainda não oferecem atenção especial aos enfermeiros no sentido de promover sua saúde integral. CONCLUSÃO: Inexistem fórmulas que propiciem o enfrentamento da morte, mas o mesmo pode ser facilitado, desde que a morte seja encarada como um desfecho natural do processo vital. Assim, encarar a morte para a equipe de enfermagem, gera muitas dificuldades, tornando-os angustiados por faltar habilidade para enfrentar este processo. Concluímos ser necessário haver momentos de reflexão e discussão entre a equipe acerca dos aspectos técnicos, científicos e éticos referentes ao cuidado tanto dos pacientes críticos quanto de seus familiares, tendo em vista a melhoria da qualidade do atendimento e do relacionamento interpessoal Os dados encontrados vem ao encontro de uma lacuna existente no conhecimento referente à experiência da equipe de enfermagem em relação ao processo de morte/morrer, considerando a existência de poucos estudos que exploram a experiência dos profissionais voltado a este processo. Esse fato pode ser verificado, especialmente, em nível nacional, dado o número reduzido de publicações que tratam do tema. REFERÊNCIAS: ARIÉS, P. História da Morte no Ocidente. Tradução P.V Siqueira. Rio de Janeiro 1997. DASTUR, F. A Morte, ensaio sobre a finitude. Rio de Janeiro: Difel, 2002. FIGUEREDO, Nébia Maria Almeida de. Ensinando a Cuidar em Saúde Pública. Editora: Yendis. 2005 ___________. Práticas de enfermagem: Ensinando a Cuidar de Clientes em Situações Clínicas e Cirúrgicas. Editora: Difusão Paulista de Enfermagem,2003 GIL,Antonio Carlos.Como Elaborar Projetos de Pesquisa.3.ed.São Paulo: Atlas 1991. KÜBLER-ROSS, Elisabeth. Sobre a Morte e o Morrer São Paulo. 8ª ed :Martins Fontes 2000. MINISTÉRIO DA SAÚDE, FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE, CENTRO NACIONAL DE EPIDEMIOLOGIA.Manual de Procedimentos Sistema de Informações Sobre Mortalidade. Brasília/DF- 1999. PALÚ, Lígia Aparecida; Labionici, Liliana Maria; Albini, Leomar. A Morte no Cotidiano dos Profissionais de Enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva. PITTA, A. Hospital – Dor e Morte como Ofício.São Paulo, Hucitec, 1991. http://200.156.24.158/cuidadofundamental/article/view/917morteterapia intensivaenfermagem |