A"arma da cultura" e os "universalismos parciais"

Neste artigo, parto da indagação sobre a relativa inabilidade dos evangélicos no Brasil em "empunharem a arma da cultura". Enquanto agentes de outras religiões, em especial, católicos e afro-brasileiros, investiram em negociações e subordinações do "religioso" ao "cultural&q...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Clara Mafra
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal do Rio de Janeiro 2011-12-01
Series:Mana
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132011000300005
Description
Summary:Neste artigo, parto da indagação sobre a relativa inabilidade dos evangélicos no Brasil em "empunharem a arma da cultura". Enquanto agentes de outras religiões, em especial, católicos e afro-brasileiros, investiram em negociações e subordinações do "religioso" ao "cultural" - como estratégia de ganho em termos de reconhecimento e de legitimidade social via inclusão de si no leque da diversidade cultural que compõe a nação - os evangélicos tendem a desenvolver relações externalistas com as políticas culturais propostas pelo Estado e por agências transnacionais de aporte secular. Com base em dados etnográficos, sugiro que as hesitações e as ambiguidades dos evangélicos em relação a estas políticas estão relacionadas a um engajamento mais básico de produção de "universalismos parciais", ou seja, faz parte da "cultura evangélica" manter vínculos tensos, de aceitação e rejeição, entre as visões de mundo convencionalmente aceitas no contexto.<br>In the present article, I begin by inquiring about the relative inability of Brazilian evangelical Christians to utilize "culture as a weapon". While agents of other religions - and in particular Catholics and members of African-Brazilian religions - have negotiated a certain subordination of the "religious" to the "cultural" as a strategy of increasing their ecognittion and social legitimacy by including themselves in the set of "cultures" which make up the nation, Evangelical Christians have ended to develop extenalist relationships with the cultural policies proposed by the state and by transnational secular agencies. Based on ethnographic data, the present article suggests that the hesitations and ambiguities of the Evangelicals with regards to these politics are related to a more basic engagement with the production of "partial universalisms". In other words, I argue that is a constituitive part of Evangelical Christian culture to maintain tense linkages of acceptance or rejection with those visions of the world that are conventionally accepted within this context.
ISSN:0104-9313
1678-4944