Educação, família e trabalho: a igualdade de género numa perspetiva de (re) conciliação

A igualdade de tratamento laboral entre homens e mulheres é hoje um tema incontornável na área da educação e do direito. A participação das mulheres, no mercado de trabalho, envolve-se num fenómeno que traz efeitos no domínio público e privado. A tutela legal portuguesa no que se refere à proteção d...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Benilde Joaquina Pereira Moreira
Format: Article
Language:English
Published: Universidad de A Coruña 2015-10-01
Series:Revista de Estudios e Investigación en Psicología y Educación
Subjects:
Online Access:https://revistas.udc.es/index.php/reipe/article/view/476
id doaj-4a4a73d026204c4886029d7885899296
record_format Article
spelling doaj-4a4a73d026204c4886029d78858992962021-07-02T09:00:22ZengUniversidad de A CoruñaRevista de Estudios e Investigación en Psicología y Educación2386-74182015-10-010510.17979/reipe.2015.0.05.476Educação, família e trabalho: a igualdade de género numa perspetiva de (re) conciliaçãoBenilde Joaquina Pereira Moreira0Instituto Politécnico de BragançaA igualdade de tratamento laboral entre homens e mulheres é hoje um tema incontornável na área da educação e do direito. A participação das mulheres, no mercado de trabalho, envolve-se num fenómeno que traz efeitos no domínio público e privado. A tutela legal portuguesa no que se refere à proteção da maternidade/paternidade e conciliação entre a vida profissional e a vida privada dos trabalhadores é um sistema abrangente e conforme às normas do direito comunitário. Diria, até, que, de um modo geral, define consistentemente um enquadramento formal igualitário para o homem e para a mulher. Não obstante estas condições formais, de forma paradoxal, traduzem um sistema operativo prático desigualitário onde continuam a revelar-se situações discriminatórias para as mulheres. O presente artigo pretende demonstrar que o panorama jurídico português, no setor laboral, traduz uma miragem da integração de género, nomeadamente, em virtude da rara litigância neste domínio. Por outro lado o trabalho de dupla jornada das mulheres continua aquém da valorização jurídica que lhe deve ser reconhecida afetando o papel do homem e da mulher na vida familiar e profissional. Este facto reflete-se na educação dos filhos. Pretende-se, por isso, propor a construção de um modelo de conciliação entre vida familiar e profissional baseado em dois princípios interativos: um princípio jus laboral de família e o princípio de justiça transicional. O primeiro princípio pode retirar-se do enquadramento atual do sistema jurídico-laboral português, em concreto, das normas laborais sendo, assim, utilizado um método interpretativo para a sua enunciação. O segundo princípio trata da construção e aplicação de um modelo de atuação de organismos públicos e privados de modo a demonstrar uma visão integradora de género e, assim, contribuir para a redução das assimetrias participativas entre homem e mulher no trabalho e na família. Para tanto será utilizado um método conceptual e interpretativo do conceito de justiça transicional que irá permitir a definição de etapas interventivas na família e na empresa. O contributo deste argumento pretende efetivar a construção de um modelo (re) conciliador que parte de conceitos educacionais passíveis de formar gerações praticantes de uma efetiva integração sócio legal de género.https://revistas.udc.es/index.php/reipe/article/view/476igualdade de génerovida familiareducaçãovida profissionaljustiça transicional
collection DOAJ
language English
format Article
sources DOAJ
author Benilde Joaquina Pereira Moreira
spellingShingle Benilde Joaquina Pereira Moreira
Educação, família e trabalho: a igualdade de género numa perspetiva de (re) conciliação
Revista de Estudios e Investigación en Psicología y Educación
igualdade de género
vida familiar
educação
vida profissional
justiça transicional
author_facet Benilde Joaquina Pereira Moreira
author_sort Benilde Joaquina Pereira Moreira
title Educação, família e trabalho: a igualdade de género numa perspetiva de (re) conciliação
title_short Educação, família e trabalho: a igualdade de género numa perspetiva de (re) conciliação
title_full Educação, família e trabalho: a igualdade de género numa perspetiva de (re) conciliação
title_fullStr Educação, família e trabalho: a igualdade de género numa perspetiva de (re) conciliação
title_full_unstemmed Educação, família e trabalho: a igualdade de género numa perspetiva de (re) conciliação
title_sort educação, família e trabalho: a igualdade de género numa perspetiva de (re) conciliação
publisher Universidad de A Coruña
series Revista de Estudios e Investigación en Psicología y Educación
issn 2386-7418
publishDate 2015-10-01
description A igualdade de tratamento laboral entre homens e mulheres é hoje um tema incontornável na área da educação e do direito. A participação das mulheres, no mercado de trabalho, envolve-se num fenómeno que traz efeitos no domínio público e privado. A tutela legal portuguesa no que se refere à proteção da maternidade/paternidade e conciliação entre a vida profissional e a vida privada dos trabalhadores é um sistema abrangente e conforme às normas do direito comunitário. Diria, até, que, de um modo geral, define consistentemente um enquadramento formal igualitário para o homem e para a mulher. Não obstante estas condições formais, de forma paradoxal, traduzem um sistema operativo prático desigualitário onde continuam a revelar-se situações discriminatórias para as mulheres. O presente artigo pretende demonstrar que o panorama jurídico português, no setor laboral, traduz uma miragem da integração de género, nomeadamente, em virtude da rara litigância neste domínio. Por outro lado o trabalho de dupla jornada das mulheres continua aquém da valorização jurídica que lhe deve ser reconhecida afetando o papel do homem e da mulher na vida familiar e profissional. Este facto reflete-se na educação dos filhos. Pretende-se, por isso, propor a construção de um modelo de conciliação entre vida familiar e profissional baseado em dois princípios interativos: um princípio jus laboral de família e o princípio de justiça transicional. O primeiro princípio pode retirar-se do enquadramento atual do sistema jurídico-laboral português, em concreto, das normas laborais sendo, assim, utilizado um método interpretativo para a sua enunciação. O segundo princípio trata da construção e aplicação de um modelo de atuação de organismos públicos e privados de modo a demonstrar uma visão integradora de género e, assim, contribuir para a redução das assimetrias participativas entre homem e mulher no trabalho e na família. Para tanto será utilizado um método conceptual e interpretativo do conceito de justiça transicional que irá permitir a definição de etapas interventivas na família e na empresa. O contributo deste argumento pretende efetivar a construção de um modelo (re) conciliador que parte de conceitos educacionais passíveis de formar gerações praticantes de uma efetiva integração sócio legal de género.
topic igualdade de género
vida familiar
educação
vida profissional
justiça transicional
url https://revistas.udc.es/index.php/reipe/article/view/476
work_keys_str_mv AT benildejoaquinapereiramoreira educacaofamiliaetrabalhoaigualdadedegeneronumaperspetivadereconciliacao
_version_ 1721333604533927936