A educação para a saúde na diabetes mellitus
Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) é um problema de saúde pública global, que tenderá a aumentar exponencialmente nos próximos anos, trazendo consigo uma morbilidade e mortalidade elevadas, e por conseguinte, custos humanos, sociais e económicos gigantes. Urge portanto travar esta epidemia, capac...
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Instituto Superior Politécnico de Viseu
2020-06-01
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Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) é um problema de saúde pública global, que tenderá a aumentar exponencialmente nos próximos anos, trazendo consigo uma morbilidade e mortalidade elevadas, e por conseguinte, custos humanos, sociais e económicos gigantes. Urge portanto travar esta epidemia, capacitando as pessoas com diabetes e a população em geral, de forma a prevenir a doença e as suas complicações.
A educação para a saúde promovida por profissionais credenciados assume-se como uma mais-valia eficaz, com ganhos diretos nos indicadores epidemiológicos da saúde do indivíduo e comunidade, sociais e económicos dos países.
Objetivos: Determinar a tipologia das intervenções diferenciadas em educação para a Saúde, realizadas pela equipa de enfermagem da Unidade de Diabetes do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, no 1º semestre de 2017.
Métodos: O estudo exploratório com foco transversal foi realizado numa amostra composta por 81 pessoas, predominantemente envelhecida, com uma média de idades de 71,1 anos, com 59 pessoas (72,8%), com idade igual ou superior a 65 anos, contra 22 pessoas (27,2%) com idade compreendida entre os 39 e os 65 anos, sendo 50 pessoas, (61,7%) do sexo masculino e 31 pessoas, (38,3%) do sexo feminino. A recolha de informação teve por base o levantamento de todas as consultas solicitadas pelos diversos serviços hospitalares, à equipa de enfermagem da Unidade de Diabetes. Foi suportada numa grelha de avaliação ad hoc criada para o efeito e teve como foco a informação existente nos processos clínicos.
Resultados: A Diabetes tipo 2 é predominante, em 98,8% da amostra, sendo que na sua maioria (n=57, 70,4%) o diagnóstico de DM era já conhecido. A insulina constitui o tratamento de eleição em 80,2% dos casos (n=65). A principal causa das solicitações para ensinos prendeu-se com a gestão da administração/tratamento com insulina em 86,4%. (70 ensinos), nomeadamente preparação e administração de insulina, locais a administrar, gestão do regime terapêutico e hipo e hiperglicemias; seguido da vigilância da glicemia capilar em 77,8%, (63 ensinos), cuidados a ter com o pé, e calçado da pessoa portadora de Diabetes em 13,6% (11 ensinos). Os ensinos foram realizados à própria pessoa com DM em 31 dos casos (38,3%), havendo necessidade de fazer os ensinos ao prestador de cuidados em 32 casos (39,5%) e a ambos em 18 casos (22,2%).
Conclusões: Denota-se a baixa literacia da população, nomeadamente da idosa, para a gestão do estado de saúde-doença das pessoas com DM, evidenciado pela necessidade de ensinos em doentes com diagnóstico prévio de DM, e a necessidade de serem instruídos planos de educação formais porquanto a educação para a saúde é essencial na abordagem à pessoa com Diabetes Mellitus. Esta visa capacitar a pessoa para que a mesma usufrua em pleno da vida, e se mantenha o mais saudável possível. Enquanto pilar terapêutico, a educação para a saúde deve ser privilegiada pelos serviços de saúde, de forma a auxiliar as pessoas com DM a gerir o padrão alimentar e o seu regime terapêutico, diminuindo as suas complicações, morbi e mortalidade, e consequentemente os custos associados. A mesma deve ser realizada por profissionais especializados, com conhecimentos científicos aprofundados na área objeto de intervenção, que deve estar ainda capacitada por competências interpessoais acrescidas de forma a facilitar o processo. Deve ser dada ênfase aos familiares/cuidadores enquanto parte complementar do processo de capacitação, como parceiro e estímulo motivacional.
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