Summary: | Descreve as relações entre produção de saúde, crescimento urbano e degradação ambiental no povoado da "Zona de Expansão Urbana" de Aracaju (SE) e os impactos na saúde da população, em virtude do turismo e da especulação imobiliária, aliados à ausência de serviços básicos. Partindo da hipótese de que o adoecimento gerado por essas mudanças apareceriam na rede de saúde pública apenas como agravamento de sintomas, negligenciando-se a complexidade da relação saúde-ambiente, o trabalho aponta a possibilidade de pensarmos em que bases se dá o crescimento urbano, às expensas da degradação ambiental. Adotando a etnografia como método, entre março de 2010 e junho de 2011, acompanhamos as ações de agentes comunitários de saúde, a maneira como estes e os demais profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) lidam com os problemas trazidos pelos moradores, relacionando-os ao crescimento da região e à degradação ambiental. Outros meios de inserção na comunidade foram mapeados: contato com moradores mais antigos, lideranças religiosas, pessoas que exercem profissões tradicionais, etc. Os resultados traduzem as mudanças pelas quais passa a região, especialmente naquilo que se refere à extinção de práticas tradicionais, aumento da violência, desemprego, perda de vínculos comunitários e adoecimentos.
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