PARA ALÉM DAS PALAVRAS: TEORIAS E PRÁTICAS DA HORIZONTALIDADE COMO CONSTRUÇÃO DE UTOPIAS NO MOVIMENTO PASSE LIVRE-DF
Desde sua formação, em 2004, a discussão sobre os princípios norteadores do Movimento Passe Livre-DF (MPL-DF) são parte fundamental de seus debates e reflexões, partindo do pressuposto de que a política que o coletivo pretende construir aposta na anulação da distância entre meios e fins (Saraiva, 20...
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Universidade Federal de Minas Gerais
2017-07-01
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Series: | Revista de Ciências do Estado |
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doaj-46219a45b37943d381e27a7be67f51ff2021-04-02T07:18:46ZengUniversidade Federal de Minas GeraisRevista de Ciências do Estado2525-80362525-80362017-07-01214536PARA ALÉM DAS PALAVRAS: TEORIAS E PRÁTICAS DA HORIZONTALIDADE COMO CONSTRUÇÃO DE UTOPIAS NO MOVIMENTO PASSE LIVRE-DFLeila SaraivaDesde sua formação, em 2004, a discussão sobre os princípios norteadores do Movimento Passe Livre-DF (MPL-DF) são parte fundamental de seus debates e reflexões, partindo do pressuposto de que a política que o coletivo pretende construir aposta na anulação da distância entre meios e fins (Saraiva, 2010:79). Em outras palavras, uma batalha cotidiana para que a revolução que o movimento procura construir comece a ser vivenciada dentro de suas próprias práticas. Desde uma perspectiva interna, pois que sua autora é também militante, este artigo procura partir da análise etnográfica de reuniões e debates do movimento para discutir as noções de um de seus mais caros dos princípios: a horizontalidade. Tal como explorado no texto, há aí um fluxo de distintas concepções do que significa ser horizontal, percepções que convivem, se cruzam, dialogam e por vezes se contrapõe. Esse fluxo de conceitos e práticas acaba também por revelar ideias distintas sobre a natureza do poder e da hierarquia, assim como compõe a noção de sujeito político que o MPL-DF deseja edificar. A peleja cotidiana da concretização da horizontalidade é, assim, uma oportunidade de entender os projetos de sociedade que o MPL-DF constrói, assim como os desafios para sua realização. Inspirado nas discussões de Safatle (2016) acerca do desamparo enquanto afeto revolucionário, o artigo aposta numa permanência do desconforto enquanto mobilizador da construção de uma coletividade horizontal, assim como da busca que nos move em direção à nossa própria utopia.https://seer.ufmg.br/index.php/revice/article/view/6353 |
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Desde sua formação, em 2004, a discussão sobre os princípios norteadores do Movimento Passe Livre-DF (MPL-DF) são parte fundamental de seus debates e reflexões, partindo do pressuposto de que a política que o coletivo pretende construir aposta na anulação da distância entre meios e fins (Saraiva, 2010:79). Em outras palavras, uma batalha cotidiana para que a revolução que o movimento procura construir comece a ser vivenciada dentro de suas próprias práticas. Desde uma perspectiva interna, pois que sua autora é também militante, este artigo procura partir da análise etnográfica de reuniões e debates do movimento para discutir as noções de um de seus mais caros dos princípios: a horizontalidade. Tal como explorado no texto, há aí um fluxo de distintas concepções do que significa ser horizontal, percepções que convivem, se cruzam, dialogam e por vezes se contrapõe. Esse fluxo de conceitos e práticas acaba também por revelar ideias distintas sobre a natureza do poder e da hierarquia, assim como compõe a noção de sujeito político que o MPL-DF deseja edificar. A peleja cotidiana da concretização da horizontalidade é, assim, uma oportunidade de entender os projetos de sociedade que o MPL-DF constrói, assim como os desafios para sua realização. Inspirado nas discussões de Safatle (2016) acerca do desamparo enquanto afeto revolucionário, o artigo aposta numa permanência do desconforto enquanto mobilizador da construção de uma coletividade horizontal, assim como da busca que nos move em direção à nossa própria utopia. |
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