Por que não houve capitalismo na China imperial? Uma contribuição neomarxista
RESUMO O artigo parte do debate marxista da transição para lançar a seguinte pergunta: por que a China do início da Era Moderna (1500-1800) não conseguiu fazer a transição para o capitalismo, tal como viemos a conhecê-lo no Ocidente? Concluindo que as lutas de classe não nos dão uma resposta satisfa...
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Universidade de Sâo Paulo
2015-12-01
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doaj-459963cc6fcb49e48d6dd57ded1076b22020-11-24T22:48:02ZporUniversidade de Sâo PauloTempo Social1809-45542015-12-0127223125310.1590/0103-20702015211S0103-20702015000200231Por que não houve capitalismo na China imperial? Uma contribuição neomarxistaTiago Nasser AppelRESUMO O artigo parte do debate marxista da transição para lançar a seguinte pergunta: por que a China do início da Era Moderna (1500-1800) não conseguiu fazer a transição para o capitalismo, tal como viemos a conhecê-lo no Ocidente? Concluindo que as lutas de classe não nos dão uma resposta satisfatória ao problema, o autor busca ingredientes teóricos na escola de economia política braudeliana/arrighiana, que estabelece uma distinção entre capitalismo e economia de mercado. Partindo dessa distinção, sugere que, malgrado a China estivesse à altura da Europa em características econômicas decisivas - comercialização e comodificação de bens, terra e trabalho - até o século XVIII, tal como Gunder Frank argumenta em sua obra ReOrient, ela não embarcou em uma trajetória de acumulação capitalista, no sentido empregado por Braudel, por causa do "fato do Império". Carecendo do nível de dificuldades fiscais encontradas na Europa no início da Idade Moderna, a China imperial não precisou taxar pesadamente os comerciantes e os notáveis; portanto, não precisou negociar direitos e obrigações com a classe mercantil. De outro modo, os oficiais chineses não precisaram fazer concessões à nascente classe capitalista - concessões que granjearam às elites voz sem precedentes no governo, com a qual elas realizaram reformas que todas as sociedades pretéritas haviam considerado antinaturais.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20702015000200231&lng=en&tlng=enChina imperialCapitalismoEuropa do início da Era Moderna |
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RESUMO O artigo parte do debate marxista da transição para lançar a seguinte pergunta: por que a China do início da Era Moderna (1500-1800) não conseguiu fazer a transição para o capitalismo, tal como viemos a conhecê-lo no Ocidente? Concluindo que as lutas de classe não nos dão uma resposta satisfatória ao problema, o autor busca ingredientes teóricos na escola de economia política braudeliana/arrighiana, que estabelece uma distinção entre capitalismo e economia de mercado. Partindo dessa distinção, sugere que, malgrado a China estivesse à altura da Europa em características econômicas decisivas - comercialização e comodificação de bens, terra e trabalho - até o século XVIII, tal como Gunder Frank argumenta em sua obra ReOrient, ela não embarcou em uma trajetória de acumulação capitalista, no sentido empregado por Braudel, por causa do "fato do Império". Carecendo do nível de dificuldades fiscais encontradas na Europa no início da Idade Moderna, a China imperial não precisou taxar pesadamente os comerciantes e os notáveis; portanto, não precisou negociar direitos e obrigações com a classe mercantil. De outro modo, os oficiais chineses não precisaram fazer concessões à nascente classe capitalista - concessões que granjearam às elites voz sem precedentes no governo, com a qual elas realizaram reformas que todas as sociedades pretéritas haviam considerado antinaturais. |
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