Guarda de filhos de mulheres presas e a ecologia do desenvolvimento humano
In Brazil, when a mother is arrested, there are three possibilities to guard her young children: in shelter, in a foster family or in the prison nursery. The aim of this article is to revisit and engage with authors of human development, as Spitz, Bowlby and Bronfenbrenner, to understand the influen...
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade Federal de São Carlos
2015-11-01
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Series: | Revista Eletrônica de Educação |
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doaj-43e63ac795804ac5a010962d9d7c349e2020-11-24T23:59:41ZengUniversidade Federal de São CarlosRevista Eletrônica de Educação1982-71992015-11-019337939410.14244/198271991195Guarda de filhos de mulheres presas e a ecologia do desenvolvimento humanoClaudia Stella0Vânia Conselheiro Sequeira1Universidade Presbiteriana Mackenzie, BrazilUniversidade Presbiteriana Mackenzie, BrazilIn Brazil, when a mother is arrested, there are three possibilities to guard her young children: in shelter, in a foster family or in the prison nursery. The aim of this article is to revisit and engage with authors of human development, as Spitz, Bowlby and Bronfenbrenner, to understand the influences of imprisonment on children’s development and their guard possibilities. This article also draws on theoretical studies of the prison, as Foucault and Goffman, to advance the analysis of the ecology of human development and the prison environment. The mother-child separation, sudden or not, due to imprisonment and its possible impacts – as the change in the type of custody – can influence the children’s developmental environment, changing their relationship in the mother-child dyad and consequently force then to face ecological transitions that can affect their development. This article concluded that the prison environment carries a meaning of punishment and social segregation that interferes throughout the developmental process of children of women prisoners, inside the prison, and their guard processes, in shelters and foster families. No Brasil, quando uma mãe é presa, existem três possibilidades de guarda para seus filhos pequenos: em abrigo, em família substituta ou no berçário/creche do presídio. O objetivo deste artigo teórico é dialogar com autores do desenvolvimento humano, como Spitz, Bowlby e, especialmente, Bronfenbrenner, para entender as principais influências da prisão no desenvolvimento das crianças e nas suas possibilidades de guarda. Este artigo também apoia-se em teóricos dos estudos prisionais, como Foucault e Goffman, para avançar nas análises sobre a ecologia do desenvolvimento humano e o ambiente prisional. A separação mãe-filho, repentina ou não, em decorrência da prisão e de suas possíveis consequências – como a mudança no tipo de guarda da criança – pode influenciar o ambiente desenvolvimental no qual a criança está inserida, modificar sua relação na díade mãe-filho e, consequentemente, forçá-la a passar por transições ecológicas capazes de afetar o seu desenvolvimento. Conclui-se que o ambiente prisional é um contexto específico de desenvolvimento humano que carrega consigo todo um significado de punição e segregação social e que, portanto, não pode ser considerado um ambiente neutro, ou equivalente à casa ou à escola; antes, interfere em todo o processo desenvolvimental de crianças de mulheres presas que se encontram em seu interior e em outros processos de guarda, como em instituições e na família substituta.http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/viewFile/1195/456Ecologia do desenvolvimento humanoFilhos de mulheres presasGuardaVulnerabilidade socialEcology of human developmentChildren of women in prisonGuardSocial vulnerability |
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Claudia Stella Vânia Conselheiro Sequeira |
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In Brazil, when a mother is arrested, there are three possibilities to guard her young children: in shelter, in a foster family or in the prison nursery. The aim of this article is to revisit and engage with authors of human development, as Spitz, Bowlby and Bronfenbrenner, to understand the influences of imprisonment on children’s development and their guard possibilities. This article also draws on theoretical studies of the prison, as Foucault and Goffman, to advance the analysis of the ecology of human development and the prison environment. The mother-child separation, sudden or not, due to imprisonment and its possible impacts – as the change in the type of custody – can influence the children’s developmental environment, changing their relationship in the mother-child dyad and consequently force then to face ecological transitions that can affect their development. This article concluded that the prison environment carries a meaning of punishment and social segregation that interferes throughout the developmental process of children of women prisoners, inside the prison, and their guard processes, in shelters and foster families.
No Brasil, quando uma mãe é presa, existem três possibilidades de guarda para seus filhos pequenos: em abrigo, em família substituta ou no berçário/creche do presídio. O objetivo deste artigo teórico é dialogar com autores do desenvolvimento humano, como Spitz, Bowlby e, especialmente, Bronfenbrenner, para entender as principais influências da prisão no desenvolvimento das crianças e nas suas possibilidades de guarda. Este artigo também apoia-se em teóricos dos estudos prisionais, como Foucault e Goffman, para avançar nas análises sobre a ecologia do desenvolvimento humano e o ambiente prisional. A separação mãe-filho, repentina ou não, em decorrência da prisão e de suas possíveis consequências – como a mudança no tipo de guarda da criança – pode influenciar o ambiente desenvolvimental no qual a criança está inserida, modificar sua relação na díade mãe-filho e, consequentemente, forçá-la a passar por transições ecológicas capazes de afetar o seu desenvolvimento. Conclui-se que o ambiente prisional é um contexto específico de desenvolvimento humano que carrega consigo todo um significado de punição e segregação social e que, portanto, não pode ser considerado um ambiente neutro, ou equivalente à casa ou à escola; antes, interfere em todo o processo desenvolvimental de crianças de mulheres presas que se encontram em seu interior e em outros processos de guarda, como em instituições e na família substituta. |
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