Evolução do Internamento de Adolescentes no Serviço de Pediatria do Hospital de Santa Maria

Os adolescentes têm necessidades e problemas específicos que necessitam de uma abordagem distinta da efectuada na criança e no adulto. Entre nós, verifica-se já um consenso generalizado no que diz respeito à necessidade da existência de Consultas de Adolescentes ligadas ao ambulatório dos Serviços...

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Bibliographic Details
Main Authors: João B. Pereira, Helena Fonseca, Teresa Nunes, Cristina Trindade
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Portuguesa de Pediatria 2014-09-01
Series:Portuguese Journal of Pediatrics
Subjects:
Online Access:https://pjp.spp.pt//article/view/5119
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spelling doaj-43bb9f810a2b4714ac4367c40412da9e2020-11-25T02:05:10ZengSociedade Portuguesa de PediatriaPortuguese Journal of Pediatrics 2184-33332014-09-0134510.25754/pjp.2003.5119Evolução do Internamento de Adolescentes no Serviço de Pediatria do Hospital de Santa MariaJoão B. PereiraHelena FonsecaTeresa NunesCristina Trindade Os adolescentes têm necessidades e problemas específicos que necessitam de uma abordagem distinta da efectuada na criança e no adulto. Entre nós, verifica-se já um consenso generalizado no que diz respeito à necessidade da existência de Consultas de Adolescentes ligadas ao ambulatório dos Serviços de Pediatria. Não parece haver ainda, no entanto, acordo sobre a vantagem de Unidades de Internamento de Adolescentes. Objectivos: Caracterizar, através de um estudo retrospectivo e descritivo, a população de adolescentes internados nas várias Unidades do Serviço de Pediatria do Hospital de Santa Maria e detalhar as suas variações ao longo de um período de seis anos de internamento. Determinar o peso que a faixa etária da adolescência (considerada dos 10 ao final dos 18 anos) tem no internamento do Serviço Pediatria e no Hospital e qual a sua evolução ao longo dos últimos anos. Material e Métodos: Foram analisados os registos de internamento em cada uma das Unidades do Serviço de Pediatria entre os anos de 1994 e 1999.  Incluímos todos os indivíduos com idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos e 364 dias, definindo dois grupos etários: dos 10 aos 13 e dos 14 aos 18 anos. Caracterizou-se a população em termos de sexo, idade e Unidade de Internamento, e estudamos a evolução destas variáveis ao longo desse período. Resultados: Verificamos que ao longo do período estudado, aumentou paulatinamente, não só o número absoluto de adolescentes internados (de 436 em 1994 para 717 em 1999), como a sua proporção relativamente ao total de internamentos no Serviço de Pediatria do H.S.M. (de 15,5% em 1994 para 21,5% em 1999). Os adolescentes internados foram maioritariamente do sexo masculino e do grupo etário entre os 10 e os 13 anos, mas o maior aumento ao longo do período estudado deveu-se ao grupo etário entre os 14 e os 18 anos. A percentagem de adolescentes internados nos outros serviços do Hospital de Santa Maria diminuiu gradualmente, verificando-se assim também o aumento relativo da participação do Serviço de Pediatria no internamento de adolescentes ao longo destes anos. Discussão: O grupo etário da adolescência tem sido responsável por um número crescente de internamentos no Serviço de Pediatria, fundamentalmente devido a uma proporção cada vez maior do número total de internamentos. Tem havido, nomeadamente, um aumento notável do número de internamentos dos adolescentes mais velhos. Demonstrada a importância do peso relativo do internamento de adolescentes num Hospital Central, a análise destes dados, torna pertinentes duas questões que pensamos constituírem excelente material para estudos futuros. A primeira prende-se com o motivo que leva a um tão notório aumento do grupo etário mais velho de adolescentes no internamento. Dever-se-á apenas a uma maior longevidade que a medicina moderna tem permitido aos doentes com patologia crónica? Uma segunda questão, igualmente pertinente, diz respeito à adequação dos actuais serviços hospitalares — pediátricos ou não — ao internamento destes doentes. Será que estes internamentos se processam nas melhores condições, em espaços físicos adequados, sentindo-se os médicos e enfermeiros aptos a dar resposta às principais questões com que se vêem confrontados no decurso do internamento de um adolescente? https://pjp.spp.pt//article/view/5119AdolescentesInternamento
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