Internamento de Doentes Oncológicos na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos
O prognóstico da doença oncológica tem vindo a melhorar significativamente nas últimas décadas. A quimioterapia intensiva actual, a evolução da radioterapia, das técnicas cirúrgicas, dos cuidados per-operatórios e dos cuidados gerais de saúde contribuiram enormemente para esta melhoria. No entanto,...
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Sociedade Portuguesa de Pediatria
2014-09-01
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doaj-430e201a6aa046589ec0f3c7557b5be72020-11-25T01:50:54ZengSociedade Portuguesa de PediatriaPortuguese Journal of Pediatrics 2184-33332014-09-0132310.25754/pjp.2001.5259Internamento de Doentes Oncológicos na Unidade de Cuidados Intensivos PediátricosL. CardosoN. J. FarinhaF. CunhaM. J. Gil-da-CostaF. AlmeidaE. CarreiroA. RibeiroJ. CarvalhoJ. AparícioT. C. MotaL. NortonL. Almeida Santos O prognóstico da doença oncológica tem vindo a melhorar significativamente nas últimas décadas. A quimioterapia intensiva actual, a evolução da radioterapia, das técnicas cirúrgicas, dos cuidados per-operatórios e dos cuidados gerais de saúde contribuiram enormemente para esta melhoria. No entanto, aumentou a toxicidade dos tratamentos, condicionando uma maior morbilidade e aumento da necessidade de recurso à hospitalização nas Unidades de Cuidados Intensivos. Com o objectivo de melhorar o apoio futuro ao doente oncológico, efectuámos no presente trabalho a revisão das indicações de internamento em cuidados intensivos, as intercorrências e a evolução dos doentes. Foi realizada uma revisão retrospectiva dos processos referentes aos 89 internamentos de crianças com doença oncológica, admitidas na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do H. S. João, de 01 de Junho de 1994 a 31 de Maio de 1999. Os internamentos corresponderam à admissão de 63 doentes oncológicos, 15 dos quais eiMiveram internados duas ou mais vezes. A doença oncológica de base foi tumor do sistema nervoso central em 30 doentes, leucemia em 22, neuroblastoma em 17, linfoma de Burkitt em 6, síndrome mielodisplásico em 3 e outros tumores sólidos em 11. Os principais motivos de hospitalização foram: pós-operatório em 45 casos (23 dos quais pós-neurocirurgia), insuficiência respiratória aguda em 13, sepsisfehoque séptico em 10, causa metabólica em 8, coma e/ou mal epiléptico em 7 e hemorragia em 6. A duração média dos internamentos foi de 3,8 dias. Foi necessário recorrer à ventilação mecânica em 32 dos internamentos, a suporte inotrópico em 17 e a diálise peritoneal em 4. Faleceram 11 doentes (12,4%). Os autores referem a baixa mortalidade comparativamente às outras séries publicadas e discutem as indicações de internamento e o prognóstico em função da doença oncológica de base e do motivo de internamento. https://pjp.spp.pt//article/view/5259Oncologiacuidados intensivos pediátricosinfecçãoventilação mecânicainotrópicossobrevida |
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O prognóstico da doença oncológica tem vindo a melhorar significativamente nas últimas décadas. A quimioterapia intensiva actual, a evolução da radioterapia, das técnicas cirúrgicas, dos cuidados per-operatórios e dos cuidados gerais de saúde contribuiram enormemente para esta melhoria. No entanto, aumentou a toxicidade dos tratamentos, condicionando uma maior morbilidade e aumento da necessidade de recurso à hospitalização nas Unidades de Cuidados Intensivos.
Com o objectivo de melhorar o apoio futuro ao doente oncológico, efectuámos no presente trabalho a revisão das indicações de internamento em cuidados intensivos, as intercorrências e a evolução dos doentes.
Foi realizada uma revisão retrospectiva dos processos referentes aos 89 internamentos de crianças com doença oncológica, admitidas na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do H. S. João, de 01 de Junho de 1994 a 31 de Maio de 1999. Os internamentos corresponderam à admissão de 63 doentes oncológicos, 15 dos quais eiMiveram internados duas ou mais vezes. A doença oncológica de base foi tumor do sistema nervoso central em 30 doentes, leucemia em 22, neuroblastoma em 17, linfoma de Burkitt em 6, síndrome mielodisplásico em 3 e outros tumores sólidos em 11. Os principais motivos de hospitalização foram: pós-operatório em 45 casos (23 dos quais pós-neurocirurgia), insuficiência respiratória aguda em 13, sepsisfehoque séptico em 10, causa metabólica em 8, coma e/ou mal epiléptico em 7 e hemorragia em 6. A duração média dos internamentos foi de 3,8 dias. Foi necessário recorrer à ventilação mecânica em 32 dos internamentos, a suporte inotrópico em 17 e a diálise peritoneal em 4. Faleceram 11 doentes (12,4%).
Os autores referem a baixa mortalidade comparativamente às outras séries publicadas e discutem as indicações de internamento e o prognóstico em função da doença oncológica de base e do motivo de internamento.
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