Quando os diásporos são vestígios: estudo de caso no sul do Brasil

Um cadáver humano com sinais de violência física foi retirado das águas do Lago Guaíba, próximo à zona portuária do cais central em Porto Alegre. A vítima trouxe, aderidos às vestes, vestígios de vegetais terrestres, entre outros achados de interesse criminalístico. O exame mais apurado do material...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Evandro Gomes Da Silva, C. A. Mondin
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Associação Brasileira de Criminalística 2017-05-01
Series:Revista Brasileira de Criminalística
Subjects:
Online Access:http://www.rbc.org.br/ojs/index.php/rbc/article/view/159
id doaj-4302bb1ad20c4b85b18a5a7f1533418d
record_format Article
spelling doaj-4302bb1ad20c4b85b18a5a7f1533418d2020-11-24T22:40:53ZporAssociação Brasileira de CriminalísticaRevista Brasileira de Criminalística2237-36912237-92232017-05-0162182410.15260/rbc.v6i2.15980Quando os diásporos são vestígios: estudo de caso no sul do BrasilEvandro Gomes Da Silva0C. A. Mondin1Instituto-Geral de PeríciasPontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Instituto do Meio Ambiente, Porto Alegre, (RS) BrasilUm cadáver humano com sinais de violência física foi retirado das águas do Lago Guaíba, próximo à zona portuária do cais central em Porto Alegre. A vítima trouxe, aderidos às vestes, vestígios de vegetais terrestres, entre outros achados de interesse criminalístico. O exame mais apurado do material vegetal revelou tratar-se de um tipo de “pega-pega” e outra espécie de “carrapicho”, ambos aderidos na face externa do terço superior das calças. Tais estruturas eram pequenos frutos secos, que possuem cerdas ou ganchos utilizados para adesão aos pelos de animais, ou, eventualmente, ao tecido das roupas humanas. Algumas plantas apresentam tal estratégia para disseminação de suas sementes, chamada de dispersão epizoocórica. Conhecendo tal mecanismo de propagação das plantas que geram diásporos, o endemismo e tendo dados de ocorrência das espécies identificadas, poderíamos inferir onde teria sido o local original de violência contra a vítima, que foi localizada boiando no canal de navegação do Guaíba. Elaborado a partir de um caso real, conhecimento taxonômico e pesquisa bibliográfica, o presente trabalho busca dar subsídios para o reconhecimento de diferentes espécies de plantas produtoras de diásporos no âmbito forense, relacionando a identificação da espécie à zona de distribuição e de ocorrência. O caso estudado destaca a epizoocoria no contexto da botânica forense, além disso, salienta a imprescindível interação de peritos criminais com botânicos taxonomistas na correta identificação dos vestígios, para que tais conhecimentos possam servir como mais uma ferramenta na elucidação de crimes.http://www.rbc.org.br/ojs/index.php/rbc/article/view/159Botânica ForenseEpizoocoria, DispersãoLocal de Crime
collection DOAJ
language Portuguese
format Article
sources DOAJ
author Evandro Gomes Da Silva
C. A. Mondin
spellingShingle Evandro Gomes Da Silva
C. A. Mondin
Quando os diásporos são vestígios: estudo de caso no sul do Brasil
Revista Brasileira de Criminalística
Botânica Forense
Epizoocoria, Dispersão
Local de Crime
author_facet Evandro Gomes Da Silva
C. A. Mondin
author_sort Evandro Gomes Da Silva
title Quando os diásporos são vestígios: estudo de caso no sul do Brasil
title_short Quando os diásporos são vestígios: estudo de caso no sul do Brasil
title_full Quando os diásporos são vestígios: estudo de caso no sul do Brasil
title_fullStr Quando os diásporos são vestígios: estudo de caso no sul do Brasil
title_full_unstemmed Quando os diásporos são vestígios: estudo de caso no sul do Brasil
title_sort quando os diásporos são vestígios: estudo de caso no sul do brasil
publisher Associação Brasileira de Criminalística
series Revista Brasileira de Criminalística
issn 2237-3691
2237-9223
publishDate 2017-05-01
description Um cadáver humano com sinais de violência física foi retirado das águas do Lago Guaíba, próximo à zona portuária do cais central em Porto Alegre. A vítima trouxe, aderidos às vestes, vestígios de vegetais terrestres, entre outros achados de interesse criminalístico. O exame mais apurado do material vegetal revelou tratar-se de um tipo de “pega-pega” e outra espécie de “carrapicho”, ambos aderidos na face externa do terço superior das calças. Tais estruturas eram pequenos frutos secos, que possuem cerdas ou ganchos utilizados para adesão aos pelos de animais, ou, eventualmente, ao tecido das roupas humanas. Algumas plantas apresentam tal estratégia para disseminação de suas sementes, chamada de dispersão epizoocórica. Conhecendo tal mecanismo de propagação das plantas que geram diásporos, o endemismo e tendo dados de ocorrência das espécies identificadas, poderíamos inferir onde teria sido o local original de violência contra a vítima, que foi localizada boiando no canal de navegação do Guaíba. Elaborado a partir de um caso real, conhecimento taxonômico e pesquisa bibliográfica, o presente trabalho busca dar subsídios para o reconhecimento de diferentes espécies de plantas produtoras de diásporos no âmbito forense, relacionando a identificação da espécie à zona de distribuição e de ocorrência. O caso estudado destaca a epizoocoria no contexto da botânica forense, além disso, salienta a imprescindível interação de peritos criminais com botânicos taxonomistas na correta identificação dos vestígios, para que tais conhecimentos possam servir como mais uma ferramenta na elucidação de crimes.
topic Botânica Forense
Epizoocoria, Dispersão
Local de Crime
url http://www.rbc.org.br/ojs/index.php/rbc/article/view/159
work_keys_str_mv AT evandrogomesdasilva quandoosdiasporossaovestigiosestudodecasonosuldobrasil
AT camondin quandoosdiasporossaovestigiosestudodecasonosuldobrasil
_version_ 1725702922707140608