O "pessimismo sentimental" e a experiência etnográfica: por que a cultura não é um "objeto" em via de extinção (parte I)
Este artigo (publicado em duas partes) examina e refuta as críticas ao conceito de cultura. A identificação pós-modernista da "cultura" com o colonialismo e o imperialismo é um diagnóstico falso: o contexto histórico-ideológico de gestação da idéia de cultura, marcado pela reação ao univer...
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Universidade Federal do Rio de Janeiro
1997-04-01
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Este artigo (publicado em duas partes) examina e refuta as críticas ao conceito de cultura. A identificação pós-modernista da "cultura" com o colonialismo e o imperialismo é um diagnóstico falso: o contexto histórico-ideológico de gestação da idéia de cultura, marcado pela reação ao universalismo iluminista, aponta na direção oposta. Por sua vez, as ansiedades sobre o fim iminente da variedade cultural humana se mostram sem objeto: a globalização e outras peripécias capitalistas, longe de impor uma hegemonia monótona sobre o planeta, têm gerado uma diversidade de formas e conteúdos culturais historicamente sem precedentes<br>This article (published in two parts) examines and refutes critiques of the concept of culture. The post-modernist identification of "culture" with colonialism and imperialism is a false diagnosis: marked by its reaction to Enlightenment universalism, the historico-idelogical context within which the idea of culture took shape indicates the opposite. In turn, anxieties over the imminent end of human cultural variety are revealed to be foundless: globalisation and others capitalist phenomena, far from imposing a monotonous hegemony on the planet, have generated a historically unprecedent diversity of cultural forms and contents. |
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