Summary: | O artigo propõe uma reflexão sobre o livro, abordando sua dimensão espaço-temporal e a relação de fertilidade entre palavra e imagem. Partindo do livro de horas medieval, reflito sobre o significado do livro e seu alcance na época para, em seguida, dedicar-me às proposições do século XX que repensam sua estrutura e sentidos múltiplos. Evoco as reflexões de Ulises Carrión sobre a arte de fazer livros, bem como uma breve genealogia da Poesia Concreta. A prática medieval traz uma dimensão ritual que pode ser comparada à feitura dos livros de artista. Para concluir a reflexão sobre as bordas entre palavra e imagem, trago um trabalho de Dario Robleto que parte da grafia como vazio preenchido, redimensionando as tensões entre palavra e obra de arte. Tanto poetas quanto artistas visuais, portanto, ousaram e ousam atravessamentos no espaço da página, gerando interessantes tensões entre grafia e signo, imagem e significado.
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