O cuidado e o carecer: (a co-originariedade entre os existenciais de Ser e tempo)
Segundo Ser e tempo, o cuidado, como ser do ser-aí, é definível pela expressão complexa "ser-já-precedentemente-a-si-em (o mundo) como ser-junto-a (ente intramundano que vem ao en-contro)", a qual é apresentada deste modo no Parágrafo 41, que trata de "O ser do ser-aí como cuidado&quo...
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Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS)
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doaj-41453d0633794273b918bf1301bbe72f2021-03-08T23:05:49ZdeuEditora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS)Veritas1984-67462006-01-015121727000384759O cuidado e o carecer: (a co-originariedade entre os existenciais de Ser e tempo)Balod, Flavio CostaSegundo Ser e tempo, o cuidado, como ser do ser-aí, é definível pela expressão complexa "ser-já-precedentemente-a-si-em (o mundo) como ser-junto-a (ente intramundano que vem ao en-contro)", a qual é apresentada deste modo no Parágrafo 41, que trata de "O ser do ser-aí como cuidado". Nesta expressão, pretende Heidegger indicar cada um dos existenciais (disposição, compreender, fala, assim como também decair e mundo), e condição da correta compreensão do sentido desta estrutura é o entendimento de que há co-originalidade (Gleichursprünglichkeit) entre eles, isto é, de que a abertura de mundo só ocorre como resultado dos existenciais conjuntamente. Sem pretender contestar tal co-originalidade entre os existenciais no que diz respeito à abertura de mundo (e, portanto, do ser), pretendemos apenas chamar a atenção para o fato de que tal condição da abertura não implica necessariamente que os caracteres do ser do ser-aí tenham que ser entendidos como simultaneamente genéticos na abertura, mas apenas da abertura, e que o ser do ser-aí como cuidado tem seu fundamento originário no carecer. Este último constitui os Em-virtude-de-quê? (Worumwillen) que determinam as disposições, a partir das quais vem a ser as totalidades conformativas (Bewandtnisganzheiten) estabelecidas, como significâncias, no compreender interpretativo, sendo ambos, disposição e compreender, articulados pela fala, com o que tem origem, então, abertura de mundo. Sendo assim, já que o ser do ser-aí é disposição compreensiva e falante no mundo, percebe-se por que se afirma aqui que o fundamento do cuidado como ser do ser-aí é o carecer. Contudo, só é possível dizer que o ser do ser-aí é o cuidado caso a angústia, disposição que corresponde ao saber da morte como compreender projetivo, se manifeste, própria ou impropriamentehttp://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/veritas/article/viewFile/1841/1371compreensão da língua faladafalaangústia |
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Segundo Ser e tempo, o cuidado, como ser do ser-aí, é definível pela expressão complexa "ser-já-precedentemente-a-si-em (o mundo) como ser-junto-a (ente intramundano que vem ao en-contro)", a qual é apresentada deste modo no Parágrafo 41, que trata de "O ser do ser-aí como cuidado". Nesta expressão, pretende Heidegger indicar cada um dos existenciais (disposição, compreender, fala, assim como também decair e mundo), e condição da correta compreensão do sentido desta estrutura é o entendimento de que há co-originalidade (Gleichursprünglichkeit) entre eles, isto é, de que a abertura de mundo só ocorre como resultado dos existenciais conjuntamente. Sem pretender contestar tal co-originalidade entre os existenciais no que diz respeito à abertura de mundo (e, portanto, do ser), pretendemos apenas chamar a atenção para o fato de que tal condição da abertura não implica necessariamente que os caracteres do ser do ser-aí tenham que ser entendidos como simultaneamente genéticos na abertura, mas apenas da abertura, e que o ser do ser-aí como cuidado tem seu fundamento originário no carecer. Este último constitui os Em-virtude-de-quê? (Worumwillen) que determinam as disposições, a partir das quais vem a ser as totalidades conformativas (Bewandtnisganzheiten) estabelecidas, como significâncias, no compreender interpretativo, sendo ambos, disposição e compreender, articulados pela fala, com o que tem origem, então, abertura de mundo. Sendo assim, já que o ser do ser-aí é disposição compreensiva e falante no mundo, percebe-se por que se afirma aqui que o fundamento do cuidado como ser do ser-aí é o carecer. Contudo, só é possível dizer que o ser do ser-aí é o cuidado caso a angústia, disposição que corresponde ao saber da morte como compreender projetivo, se manifeste, própria ou impropriamente |
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