Asma brônquica
A asma é caracterizada por obstrução reversível, inflamação e hiperreatividade brônquicas. O diagnóstico é baseado em informações clínicas e testes de função pulmonar. Os eosinófilos são uma característica importante da fisiopatologia da asma. Eles produzem fatores quimiotáxicos, broncoconstrictore...
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Universidade de São Paulo
1998-06-01
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doaj-4082e7e693ae435cb0895d24967a41c42020-11-25T03:32:31ZporUniversidade de São PauloMedicina0076-60462176-72621998-06-0131210.11606/issn.2176-7262.v31i2p229-240Asma brônquicaElcio O. Vianna0Divisão de Pneumologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. A asma é caracterizada por obstrução reversível, inflamação e hiperreatividade brônquicas. O diagnóstico é baseado em informações clínicas e testes de função pulmonar. Os eosinófilos são uma característica importante da fisiopatologia da asma. Eles produzem fatores quimiotáxicos, broncoconstrictores e vasoativos, que conduzem à hiperreatividade brônquica. Além disso, os eosinófilos danificam o tecido circunvizinho, através da liberação do conteúdo protéico de seus grânulos. As recomendações para o tratamento da asma são baseadas em quatro componentes: uso de medidas objetivas da função pulmonar para avaliar a gravidade da asma e monitorar o curso da terapia; controle ambiental para evitar ou eliminar fatores precipitantes de sintomas ou crises; terapia farmacológica a longo prazo, para tratar e prevenir inflamação de via aérea e, também, para tratar as agudizações; e educação do paciente, criando uma parceria entre o paciente, a família e o clínico. Os b2-agonistas são a classe de drogas mais comumente usadas para o tratamento da asma. Usar essas drogas em demanda é freqüentemente mais aceito e recomendado. Em asma aguda, um b2-agonista é ainda o medicamento de escolha. Agonistas de ação prolongada, salmeterol e formoterol, podem diminuir sintomas de asma durante o dia e à noite. A teofilina, cujo uso esteve limitado pela toxicidade, pode recuperar uma posição importante no tratamento da asma, com a descoberta de suas ações antiinflamatórias. O brometo de ipratrópio, uma droga anticolinérgica, ainda espera um papel definido no tratamento da asma. Os corticoesteróides inalatórios têm efeitos mensuráveis nos sintomas, função pulmonar, reatividade brônquica e inflamação. Os efeitos colaterais limitam a administração sistêmica, mas não a administração tópica. Preparações mais novas, como budesonida, flunisolida e fluticasona diminuem a incidência de possíveis efeitos colaterais, porque têm uma melhor relação efeito tópico/efeito sistêmico. Medicamentos recentemente lançados incluem os antileucotrienos (anti-LTs), agentes que funcionam bloqueando a interação dos LTs com seus receptores (antagonistas de receptor) ou inibindo a síntese de LTs (inibidores de síntese). Representantes dos antagonistas são zafirlukast, pranlukast e montelukast. Pranlukast, o primeiro antagonista de receptor a ser comercializado, melhora função pulmonar e sintomas, dependendo da dose. Zileuton, um inibidor de síntese, demostrou melhorar a função pulmonar, reduzir sintomas, reduzir uso de b-agonistas e crises de asma. Esses efeitos positivos são dose-dependentes e anormalidades da função hepática parecem ser um limite relevante ao uso de zileuton, em alguns pacientes. http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/7657Asma. Broncodilatadores. |
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A asma é caracterizada por obstrução reversível, inflamação e hiperreatividade brônquicas. O diagnóstico é baseado em informações clínicas e testes de função pulmonar. Os eosinófilos são uma característica importante da fisiopatologia da asma. Eles produzem fatores quimiotáxicos, broncoconstrictores e vasoativos, que conduzem à hiperreatividade brônquica. Além disso, os eosinófilos danificam o tecido circunvizinho, através da liberação do conteúdo protéico de seus grânulos. As recomendações para o tratamento da asma são baseadas em quatro componentes: uso de medidas objetivas da função pulmonar para avaliar a gravidade da asma e monitorar o curso da terapia; controle ambiental para evitar ou eliminar fatores precipitantes de sintomas ou crises; terapia farmacológica a longo prazo, para tratar e prevenir inflamação de via aérea e, também, para tratar as agudizações; e educação do paciente, criando uma parceria entre o paciente, a família e o clínico. Os
b2-agonistas são a classe de drogas mais comumente usadas para o tratamento da asma. Usar essas drogas em demanda é freqüentemente mais aceito e recomendado. Em asma aguda, um b2-agonista é ainda o medicamento de escolha. Agonistas de ação prolongada, salmeterol e formoterol, podem diminuir sintomas de asma durante o dia e à noite. A teofilina, cujo uso esteve limitado pela toxicidade, pode recuperar uma posição importante no tratamento da asma, com a descoberta de suas ações antiinflamatórias. O brometo de ipratrópio, uma droga anticolinérgica, ainda espera um papel definido no tratamento da asma. Os corticoesteróides inalatórios têm efeitos mensuráveis nos sintomas, função pulmonar, reatividade brônquica e inflamação. Os efeitos colaterais limitam a administração sistêmica, mas não a administração tópica. Preparações mais novas, como budesonida, flunisolida e fluticasona diminuem a incidência de possíveis efeitos colaterais, porque têm uma melhor relação efeito tópico/efeito sistêmico. Medicamentos recentemente lançados incluem os antileucotrienos (anti-LTs), agentes que funcionam bloqueando a interação dos LTs com seus receptores (antagonistas de receptor) ou inibindo a síntese de LTs (inibidores de síntese). Representantes dos antagonistas são zafirlukast, pranlukast e montelukast. Pranlukast, o primeiro antagonista de receptor a ser comercializado, melhora função pulmonar e sintomas, dependendo da dose. Zileuton, um inibidor de síntese, demostrou melhorar a função pulmonar, reduzir sintomas, reduzir uso de b-agonistas e crises de asma. Esses efeitos positivos são dose-dependentes e anormalidades da função hepática parecem ser um limite relevante ao uso de zileuton, em alguns pacientes.
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