Identidade Cultural e (Des)Politização na Sociedade de Risco

A partir o conceito de sociedade de risco, busca-se nesse artigo compreender as transformações das instituições sociais com o objetivo de delinear os elementos atualmente constituintes da construção da identidade cultural. Assim, faz-se aqui uma explicitação da tendência para a diversificação de pad...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Gerardo Clésio Maia Arruda
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade de Fortaleza 2016-05-01
Series:Revista Subjetividades
Subjects:
Online Access:https://periodicos.unifor.br/rmes/article/view/4931
Description
Summary:A partir o conceito de sociedade de risco, busca-se nesse artigo compreender as transformações das instituições sociais com o objetivo de delinear os elementos atualmente constituintes da construção da identidade cultural. Assim, faz-se aqui uma explicitação da tendência para a diversificação de padrões orientadores dos comportamentos das pessoas que, em última instância, encontramse cada vez mais autônomas para decidir acerca de seu próprio destino, portanto, para realizar a opção dos valores que irão balizar o seu modo de agir, pensar e sentir. Para tanto, as dimensões econômica, social, cultural e política são colocadas num mesmo plano de análise, com a intenção de apreender o processo de institucionalização dessas múltiplas referências comportamentais, que se assiste na sociedade contemporânea. Dentre outros fatores, trazem-se à tona, no campo econômico, as mudanças ocorridas no mundo do trabalho a partir dos anos 1980, em que se verifica o desaparecimento das atividades rotineiras e, por conseguinte, a ampliação de requisitos que fazem apelo à subjetivação do trabalhador no exercício de suas tarefas; no que se refere a aspectos sociais e culturais, referencia-se a inserção intensiva da mulher no mercado de trabalho, a tendência para a ampliação do número de mulheres que cada vez mais colocam num mesmo patamar a opção de constituir família ou adotar medidas para ampliação de sua competitividade profissional, a deslegitimação da hierarquização que segmenta homem-mulher, velho-jovem, branconegro, heterossexual-homossexual, o surgimento de novas formas de uniões conjugais, a autonomia do indivíduo na aquisição de elementos formadores de sua crença religiosa; e, no âmbito político, o deslocamento do poder dos grupos tradicionais, da negação de seu fundamento nas disposições secularmente legitimadas e o surgimento e novas arenas de debate e de manifestação de idéias.
ISSN:2359-0777
2359-0777