Realismo e (des)subjetivação: as várias faces da fome em três momentos da literatura brasileira.

<p>Este texto discute como e por quais vias se processa a construção subjetiva em três romances da literatura brasileira: <em>A fome</em>, de Rodolfo Teófilo; <em>Vidas secas</em>, de Graciliano Ramos e <em>Homens e caranguejos</em>, de Josué de Castro. Usua...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Valéria A S Machado
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 2016-12-01
Series:Scripta
Subjects:
Online Access:http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/12970
Description
Summary:<p>Este texto discute como e por quais vias se processa a construção subjetiva em três romances da literatura brasileira: <em>A fome</em>, de Rodolfo Teófilo; <em>Vidas secas</em>, de Graciliano Ramos e <em>Homens e caranguejos</em>, de Josué de Castro. Usualmente classificados de realistas, os romances, produzidos em épocas e contextos distintos, têm em comum o tratamento da temática da fome. Considerando os textos analisados como construções em que os conceitos de real e realidade são entendidos diferentemente, optou-se por aproximar o conceito de realismo ao de formação discursiva (Cf. Foucault, 1995), esta compreendida como um saber constituído de discursos sobre algo, envolvendo sujeitos que ocupam posições diferentes de acordo com o tempo e o espaço de onde enunciam. O conceito de formação discursiva também se alinha ao de subjetivação na medida em que, como seres de linguagem, os sujeitos constituem a si e as coisas no momento em que falam, construindo sentidos nas e pelas relações que os envolve. Nessa perspectiva, propõe-se entender a realidade e o próprio realismo em suas fronteiras móveis, já que aí estão em jogo discursos, sujeitos, tempos e espaços.</p>
ISSN:1516-4039
2358-3428