A (des)ordem da polêmica na mídia: o caso da pílula do câncer

Em seu último livro Apologie de la polémique, publicado em 2014 pela Presses Universitaires de France – PUF, Ruth Amossy nos chama a atenção para o fato de que, no momento atual, é possível constatar que os conflitos de opinião e seus desdobramentos, geralmente violentos, ocupam um lugar de bastante...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Roberto Leiser Baronas, Jorcemara Matos Cardoso
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2016-12-01
Series:Revista de Estudos da Linguagem
Subjects:
Online Access:http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/relin/article/view/11007
Description
Summary:Em seu último livro Apologie de la polémique, publicado em 2014 pela Presses Universitaires de France – PUF, Ruth Amossy nos chama a atenção para o fato de que, no momento atual, é possível constatar que os conflitos de opinião e seus desdobramentos, geralmente violentos, ocupam um lugar de bastante destaque na cena política. Nesse sentido, as mídias de uma maneira em geral, com base no argumento do interesse público, não cessam de orquestrar e de difundir polêmicas das mais variadas naturezas. Para comprovar tal asserção, basta dar uma espiada, sobretudo nos grandes jornais e revistas brasileiros e/ou estrangeiros, para ver que as menções às polêmicas pululam. No entanto, por meio de comentários nos mais diversos dispositivos midiáticos, distintos sujeitos, inscritos em diferentes posicionamentos ideológicos, têm criticado de maneira contundente essa polemização midiática. Diante desse fenômeno discursivo, do mirante dos estudos discursivos, nossa questão é tentar responder: por qual razão, mesmo sendo tão criticada pelos mais distintos atores sociais, a polêmica, ocupando um lugar bastante privilegiado nas mídias em geral – fenômeno que se acirra no momento atual, mas que já vem de longa data – insiste em se manter viva no espaço público? Para dar conta dessa problemática, tomamos a polêmica midiática envolvendo a liberação, por parte da presidente Dilma Rousseff, do uso da Fosfoetanolamina (pílula do câncer), produzida desde os anos 1990 pelo Instituto de Química da USP-São Carlos e frequentamos um extenso conjunto de matérias publicadas em 2016 acerca dessa temática, em diversos dispositivos midiáticos brasileiros.
ISSN:0104-0588
2237-2083