O divino mestre ou notas sobre uma devoção de fronteira

Este artigo reapresenta, discute e procura compreender as representações religiosas que foram coladas a Agostinho José Pereira, um negro alforriado, conhecido em 1846 como o Divino Mestre, líder que era de uma “seita” subversiva. Acusado, dentre outras coisas, de cismático e iconoclasta, interessa...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Alexandro Silva de Jesus
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Fundação Joaquim Nabuco 2011-06-01
Series:Cadernos de Estudos Sociais
Online Access:https://fundaj.emnuvens.com.br/CAD/article/view/1405
Description
Summary:Este artigo reapresenta, discute e procura compreender as representações religiosas que foram coladas a Agostinho José Pereira, um negro alforriado, conhecido em 1846 como o Divino Mestre, líder que era de uma “seita” subversiva. Acusado, dentre outras coisas, de cismático e iconoclasta, interessa- nos urdir uma narrativa que dê conta de como o Divino Mestre dialogou e confrontou as representações que sobre, mas também por ele foram construídas, estereotipando-o, mas que não se tornaram um mero monólogo, uma vez que o divino mestre travou combate com elas, dialogou com as mesmas. Parto do pressuposto que a devoção dos agostinhos nos coloca em contato com uma série de embates e diálogos travados no Império entre os diversos modelos de religiosidade que circulavam no Império. Palavras-Chave: relações de poder, devoção de fronteira, religiosidade anfíbia. This article discusses and tries to understand the religious representations that were attached to Agostinho José Pereira, a black freed, known in 1846 as the Divine Master, who was the leader of a subversive “sect”. Accused, among other things, schismatic and iconoclastic, it is of our interest to plot a narrative that explains how the Divine Master dialoged and confronted the representations built on him, but also for him, stereotyping him, but that did not become a mere monologue, because since as the Divine Master fought with them, he dialoged with them. Assuming that the devotion of Agostinhos’ followers puts us in touch with a series of clashes and discussions that took place in the nineteenth century between the various models of religiosity that circulated in the Empire. Key-words: power relations, boundary devotion, amphibious religiosity.
ISSN:0102-4248
2595-4091