Os refugiados em manifestos políticos presidenciais: entre silenciar e dar voz

A crise dos migrantes e refugiados na Europa do século XXI originou novas divergências no velho continente que colocam desafios difíceis à construção da identidade europeia. Classificada já como a maior crise migratória e humanitária do pós-guerra, a realidade dos migrantes e refugiados revelou uma...

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Main Author: Alexandra Guedes Pinto
Format: Article
Language:English
Published: Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) 2020-12-01
Series:Comunicação e Sociedade
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Online Access:https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/2603
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spelling doaj-3cf145da862b48ff987d98345811bb272021-04-13T08:58:16ZengCentro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)Comunicação e Sociedade1645-20892183-35752020-12-0138415710.17231/comsoc.38(2020).2603409Os refugiados em manifestos políticos presidenciais: entre silenciar e dar vozAlexandra Guedes Pinto0https://orcid.org/0000-0001-9120-1542Departamento de Estudos Portugueses e Estudos Românicos, Faculdade de Letras, Universidade do Porto, PortugalA crise dos migrantes e refugiados na Europa do século XXI originou novas divergências no velho continente que colocam desafios difíceis à construção da identidade europeia. Classificada já como a maior crise migratória e humanitária do pós-guerra, a realidade dos migrantes e refugiados revelou uma Europa incapaz de responder ao problema com uma solução conjunta. Para além do aspeto humanitário, muitas vezes de contornos dramáticos explorados pelos média, o fenómeno é também motivo de fricções entre as instituições e os Estados-membro da União Europeia, ameaçando tornar-se o gatilho de uma crise política e de um novo equilíbrio de forças entre os Estados. Dada a centralidade que ganhou, a crise dos refugiados pode também ser perspetivada do ponto de vista do aproveitamento político por parte de diferentes fações, que dela extraem dividendos importantes para a sua própria territorialização. Discursos europeístas, de tolerância e aceitação, baseados nos ideais solidários do projeto europeu, coexistem com discursos extremistas, de tendência xenófoba e anti-integração. Na presente reflexão, analisamos a forma como o discurso político eleitoralista, do género textual manifesto político, codifica argumentativamente a questão dos refugiados, focalizando, para esse efeito, quatro dos manifestos eleitorais dos candidatos às eleições presidenciais portuguesas de 2016. A partir da caracterização do género seguindo a proposta de Adam (2001, pp. 40-41) das componentes semântica, composicional/estrutural, enunciativa, pragmática, estilística e fraseológica, metatextual, peritextual e material, confirmamos que existe, simultaneamente, unidade e diversidade nos exemplares analisados. Por um lado, uma unidade que permite reconhecer nos diferentes textos manifestações de um mesmo género; por outro lado, uma diversidade que traduz/produz efeitos na construção do ethos e nas estratégias discursivas e políticas de cada candidato. O tratamento da crise dos refugiados é justamente um dos temas cujo tratamento diverge substancialmente de manifesto para manifesto, revelando estratégias discursivas e políticas específicas.https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/2603crise dos refugiadosmanifestos políticosgénero de textoconstrução do ethosestratégias discursivas e políticas
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