Summary: | Este artigo trabalha com a representação do orgânico: iniciará tendo como proposta explicitar que, dentro da Crítica, a representação da forma orgânica, diferente da representação da forma que nos compraz como bela, constitui um símbolo na experiência que implica, para seu conhecimento, que a razão lhe anteponha uma causa final externa a ela, razão; esta anteposição tem um preço e, como preço, tal representação tornará inconjugáveis o conhecimento da coisa como objeto técnico e o seu juízo como produto natural. Como este preço é cobrado? Em busca de resposta, colocarei a diferença kantiana entre o juízo estético e o juízo teleológico; mostrarei, a seguir, que a forma orgânica não pode ser pensada pela razão valendo-se de uma concepção apenas mecanicista da natureza; perante a forma orgânica a razão terá necessidade de estabelecer, a priori, uma finalidade objetiva na representação desta forma. Uma vez percorrido este caminho, darei início ao movimento final deste texto, ao apresentar duas propostas contemporâneas de abordagem sobre o orgânico que contemplam, na verdade, duas formas diferentes de a razão se colocar perante a representação do organismo. O preço cobrado está, então, pago.
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