A morfologia histórica de Johan Huizinga e o caráter pragmático do passado

A História ensina? O caráter pragmático da História sempre foi alvo das mais diversas interpretações. Da tópica ciceroniana, Historia Magistra Vitae, passando pelo Historicismo alemão até o “anti-historicismo” pós-Primeira Guerra, o problema da utilidade da História para a vida nunca deixou de fazer...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Naiara Santos Damas Ribeiro
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP); Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) 2010-06-01
Series:História da Historiografia
Subjects:
Online Access:https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/91
Description
Summary:A História ensina? O caráter pragmático da História sempre foi alvo das mais diversas interpretações. Da tópica ciceroniana, Historia Magistra Vitae, passando pelo Historicismo alemão até o “anti-historicismo” pós-Primeira Guerra, o problema da utilidade da História para a vida nunca deixou de fazer parte do horizonte de interrogações que desafiavam o estudioso de História. Se a História deveria se fundar enquanto exemplo (antigos) ou como metodologia (J. G. Droysen), ou ainda como epistemologia (W. Dilthey) – para citar três momentos importantes dessa reflexão sobre a tarefa do conhecimento histórico – isso se devia, em grande parte, ao problema proveniente do questionamento fundamental sobre o vínculo, ou não, que este conhecimento deveria guardar com a vida. Neste artigo pretendemos analisar como o historiador da cultura Johan Huizinga (1872-1945) respondeu a essa interrogação a partir de sua reflexão sobre qual seria o papel da História frente ao seu próprio tempo. Com sua idea de que a História deveria constituir-se como uma morfologia do passado, acreditamos que Huizinga deu um novo sentido a tópica “História Mestra da Vida”, ressaltando o caráter pragmático fundamental que liga o conhecimento histórico ao presente e a sua compreensibilidade como experiência no tempo.
ISSN:1983-9928