Migração makonde, produção de esculturas e mercado de arte no Tanganyika: a questão do estilo Shetani (1950-60)
RESUMO O presente artigo incide sobre parte da minha pesquisa de doutorado que teve como foco a produção de arte makonde em diálogo com a história política de Moçambique entre 1950 e 1974. A investigação de caráter interdisciplinar envolveu fontes de naturezas diversas, como a documentação produzida...
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Universidade de São Paulo, Museu Paulista
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doaj-3c1a7f3760b946208d286c75eb797b372020-11-25T01:13:55ZengUniversidade de São Paulo, Museu PaulistaAnais do Museu Paulista: História e Cultura Material1982-026725214116210.1590/1982-02672017v25n02d06S0101-47142017000200141Migração makonde, produção de esculturas e mercado de arte no Tanganyika: a questão do estilo Shetani (1950-60)Lia Dias LaranjeiraRESUMO O presente artigo incide sobre parte da minha pesquisa de doutorado que teve como foco a produção de arte makonde em diálogo com a história política de Moçambique entre 1950 e 1974. A investigação de caráter interdisciplinar envolveu fontes de naturezas diversas, como a documentação produzida no período colonial, assim como uma bibliografia acessada em diferentes acervos de Lisboa e na Biblioteca do Museu Etnológico de Berlim, além de relatos orais coletados em Moçambique entre 2012 e 2014. Essas fontes orais foram produzidas, especialmente, em entrevistas e conversas com escultores, os quais denominam suas respectivas peças como arte makonde. O presente texto discute o contexto de produção de um estilo de escultura específico conhecido como shetani, que foi criado no território vizinho do Tanganyika (atual Tanzânia), no final da década de 1950, por Samaki Likonkoa, artista makonde de Moçambique. Analiso aqui a referida produção no âmbito da vivência migratória internacional dos makonde de Moçambique para o Tanganyika, motivada pela busca por melhores condições de trabalho e de vida. O caso da produção desse tipo de escultura ilustra, aqui, a circulação de pessoas, objetos e conhecimento entre o sul e o norte do rio Rovuma no contexto colonial português das décadas de 1950 e 1960.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-47142017000200141&lng=en&tlng=enMakonde artShetaniArt marketColonial MozambiqueTanganyika |
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RESUMO O presente artigo incide sobre parte da minha pesquisa de doutorado que teve como foco a produção de arte makonde em diálogo com a história política de Moçambique entre 1950 e 1974. A investigação de caráter interdisciplinar envolveu fontes de naturezas diversas, como a documentação produzida no período colonial, assim como uma bibliografia acessada em diferentes acervos de Lisboa e na Biblioteca do Museu Etnológico de Berlim, além de relatos orais coletados em Moçambique entre 2012 e 2014. Essas fontes orais foram produzidas, especialmente, em entrevistas e conversas com escultores, os quais denominam suas respectivas peças como arte makonde. O presente texto discute o contexto de produção de um estilo de escultura específico conhecido como shetani, que foi criado no território vizinho do Tanganyika (atual Tanzânia), no final da década de 1950, por Samaki Likonkoa, artista makonde de Moçambique. Analiso aqui a referida produção no âmbito da vivência migratória internacional dos makonde de Moçambique para o Tanganyika, motivada pela busca por melhores condições de trabalho e de vida. O caso da produção desse tipo de escultura ilustra, aqui, a circulação de pessoas, objetos e conhecimento entre o sul e o norte do rio Rovuma no contexto colonial português das décadas de 1950 e 1960. |
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