Na mira do equador: O Império sob cerco de repúblicas no Grão-Pará, 1823-1824
Durante grande parte do ano de 1824, o Grão-Pará esteve na mira da revolução localizada no “norte” do Brasil, a chamada “Confederação do Equador”. A forte oposição ao projeto centralizador dos grupos dirigentes do Rio de Janeiro, contido principalmente na Constituição de 1824, fez emergir uma peri...
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Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Fundação Joaquim Nabuco
2011-06-01
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Series: | Cadernos de Estudos Sociais |
Online Access: | https://fundaj.emnuvens.com.br/CAD/article/view/1425 |
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doaj-3a100808175a4dfa8944542717cff3cb2021-06-28T20:25:06ZporFundação Joaquim NabucoCadernos de Estudos Sociais0102-42482595-40912011-06-01252Na mira do equador: O Império sob cerco de repúblicas no Grão-Pará, 1823-1824Adilson J. I. BritoDurante grande parte do ano de 1824, o Grão-Pará esteve na mira da revolução localizada no “norte” do Brasil, a chamada “Confederação do Equador”. A forte oposição ao projeto centralizador dos grupos dirigentes do Rio de Janeiro, contido principalmente na Constituição de 1824, fez emergir uma perigosa faixa de sedição que ia de Alagoas ao Ceará, colocando em pauta a fragilidade do Estado Imperial recém-nascido, baseado que estava em um frágil conceito de nação, pulverizado em diferentes projetos de futuro que, no limite, assumiam aspectos republicanos. A desagregação se apresentava como uma realidade bem mais plausível que a unidade. O Grão-Pará não esteve desligado dessa realidade, como muitas vezes foi colocado pela historiografia regional. A hipótese central deste estudo é a de que os tentáculos republicanos do Equador fizeram parte integrante da conjuntura política do extremo norte do Império, principalmente a partir das conexões construídas entre as populações “de cor” da tênue fronteira entre o Pará e o Maranhão, cuja expressão mais interessante se deu na revolta de agosto de 1824 no lugar de Turiaçú. Tateando nas margens da sociedade, onde as especificidades do cotidiano revelam muito sobre esse passado silenciado, procuramos discutir os possíveis projetos políticos construídos pelos indígenas, pretos e pardos amazônicos, a partir das informações que recebiam da conjuntura vivida no Ceará e em Pernambuco. Entre as densas matas do Turiaçú e a vila de Bragança, na chamada região do salgado paraense, o Império esteve sob o cerco de repúblicas diversas, onde o futuro esteve preso à inconstância e imprevisibilidade dos acontecimentos. Palavras-chave: Grão-Pará; Império brasileiro; História política; Confederação do Equador. During great part of the year of 1824, Grão-Pará was in the aiming of the revolution located in the “north” of Brazil, the call “Confederation of the Equator”. The strong opposition to the project centraliser of the leading groups of Rio de Janeiro, contained mainly in the Constitution of 1824, it made to emerge a dangerous band of sedição that went of Alagoas to the Ceará, placing in guideline the fragility of the just-born Imperial State, based that it was in a fragile concept of nation, sprayed in different projects of future that, in the limit, assumed republican aspects. The disaggregation if presented as a reality well more reasonable than the unit. Grão-Pará was not off of this reality, as many times were placed by the regional writing of history. The central hypothesis of this study is of that the republican tentáculos of the Equator had been integrant part of the conjuncture politics of the extremity north of the Empire, mainly from the connections constructed between the populations “of color” of the tenuous border between Pará and the Maranhão, whose more interesting expression if gave in the revolt of August of 1824 in the place of Turiaçú. Looking for in the edges of the society, where the especificidades of the daily one disclose very on this silenced past, we look for to argue the possible projects politicians constructed for the Amazonian aboriginals, black color and mediums brown, from the information that received from the conjuncture lived in the Ceará and Pernambuco. It enters the dense bushes of the Turiaçú and the village of Bragança, in the call region of the salty paraense, the Empire was under the wall of diverse republics, where the future was imprisoned to the not constant and not imprevisible of the events. Key words: Grão-Pará; Brazilian empire; History politics; Confederation of Equator.https://fundaj.emnuvens.com.br/CAD/article/view/1425 |
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Durante grande parte do ano de 1824, o Grão-Pará esteve na mira da revolução localizada no “norte” do
Brasil, a chamada “Confederação do Equador”. A forte oposição ao projeto centralizador dos grupos
dirigentes do Rio de Janeiro, contido principalmente na Constituição de 1824, fez emergir uma perigosa
faixa de sedição que ia de Alagoas ao Ceará, colocando em pauta a fragilidade do Estado Imperial
recém-nascido, baseado que estava em um frágil conceito de nação, pulverizado em diferentes projetos
de futuro que, no limite, assumiam aspectos republicanos. A desagregação se apresentava como uma
realidade bem mais plausível que a unidade. O Grão-Pará não esteve desligado dessa realidade, como
muitas vezes foi colocado pela historiografia regional. A hipótese central deste estudo é a de que os
tentáculos republicanos do Equador fizeram parte integrante da conjuntura política do extremo norte do
Império, principalmente a partir das conexões construídas entre as populações “de cor” da tênue fronteira
entre o Pará e o Maranhão, cuja expressão mais interessante se deu na revolta de agosto de 1824 no
lugar de Turiaçú. Tateando nas margens da sociedade, onde as especificidades do cotidiano revelam
muito sobre esse passado silenciado, procuramos discutir os possíveis projetos políticos construídos
pelos indígenas, pretos e pardos amazônicos, a partir das informações que recebiam da conjuntura
vivida no Ceará e em Pernambuco. Entre as densas matas do Turiaçú e a vila de Bragança, na chamada
região do salgado paraense, o Império esteve sob o cerco de repúblicas diversas, onde o futuro
esteve preso à inconstância e imprevisibilidade dos acontecimentos.
Palavras-chave: Grão-Pará; Império brasileiro; História política; Confederação do Equador.
During great part of the year of 1824, Grão-Pará was in the aiming of the revolution located in the
“north” of Brazil, the call “Confederation of the Equator”. The strong opposition to the project centraliser
of the leading groups of Rio de Janeiro, contained mainly in the Constitution of 1824, it made to
emerge a dangerous band of sedição that went of Alagoas to the Ceará, placing in guideline the
fragility of the just-born Imperial State, based that it was in a fragile concept of nation, sprayed in
different projects of future that, in the limit, assumed republican aspects. The disaggregation if presented
as a reality well more reasonable than the unit. Grão-Pará was not off of this reality, as many
times were placed by the regional writing of history. The central hypothesis of this study is of that the
republican tentáculos of the Equator had been integrant part of the conjuncture politics of the extremity
north of the Empire, mainly from the connections constructed between the populations “of color” of
the tenuous border between Pará and the Maranhão, whose more interesting expression if gave in
the revolt of August of 1824 in the place of Turiaçú. Looking for in the edges of the society, where the
especificidades of the daily one disclose very on this silenced past, we look for to argue the possible
projects politicians constructed for the Amazonian aboriginals, black color and mediums brown, from
the information that received from the conjuncture lived in the Ceará and Pernambuco. It enters the
dense bushes of the Turiaçú and the village of Bragança, in the call region of the salty paraense, the
Empire was under the wall of diverse republics, where the future was imprisoned to the not constant
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